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Mostrando postagens de 2014

Uma franquia inovadora e alguns equívocos no caminho (Jogos Vorazes : A Esperança Parte 1)

Após conferir alguns vídeos de canais voltados para a sétima arte, uma adolescente foi enfática ao afirmar: “ Nossa,    me senti como se estivesse no filme. Fiquei sem fôlego”. Comecei a questionar tamanha empolgação. Seria uma nova onda pós- Crepúsculo? Tamanha euforia ganha sentido porque ela acabará de sair da exibição de Jogos Vorazes:    A Esperança- Parte 1. Sentido porque estamos falando de uma franquia que desperta um novo foco voltado para distopias e aborda um tema extremamente    atual . Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 possui seus méritos, mas não proporciona tamanha empolgação. O principal ponto é a necessidade de dividir o filme com o objetivo claro de fazer bilheteria. Sem nenhuma necessidade afinal, o filme não chega a lugar algum. Katniss Everdeen está mais fragilizada e Jennifer Lawrence   consegue trabalhar esse diferencial que a personagem necessita, o problema é o exagero na interpretação que beira o caricato. Em diversos momentos tensos, o que poder

No melhor jogo de gato e rato (Garota Exemplar)

O mais recente filme de David Fincher, Garota exemplar, conta a história do desaparecimento de Amy Dunne  (Rsamuond Pike ),  no dia de comemoração do quinto aniversário de seu casamento com Nick Dunne (Ben Aflleck).  Logo no começo surge a pergunta: eu já vi esse filme antes? Policiais buscando evidencias para prender o principal suspeito, mas estamos falando de David Fincher, então podemos facilmente afirmar que não se trata de mais um mero filme policial. É mais um filme “exemplar” de David Fincher. O casal de protagonistas consegue levar a história com competência. Eu realmente nunca imaginei que fosse dizer isso de Ben Aflleck, sim, ele está perfeito no papel porque em determinados momentos da trama, por sua mulher ser  conhecida e adorada pelo público, ele precisa manter as aparências para a mídia, sendo muitas vezes, o bom e velho canastrão de sempre. Dessa maneira, o papel caiu como uma luva para Aflleck, e o diretor soube explorar ao máximo esse viés do personagem. Já Rsa

Foco no passado, mas e o futuro? Esse ficou esquecido!!! (X - Men: Dias de um Futuro Esquecido)

Só a ideia de colocar frente a frente um elenco repleto de vários talentos já basta para que chame a atenção do espectador. Certo? Não, o pior equivoco de um diretor é subestimar o público dando ao mesmo, uma história fraca e dessa forma ter a intenção de satisfazê-lo com boas atuações. É o caso de X- Men: Dias de um Futuro Esquecido.  A trama gira em torno da personagem Mística que possui em seu DNA a estrutura genética necessária para a construção de sentinelas que futuramente matam humanos e mutantes. Em um futuro apocalíptico, poucos mutantes conseguiram resistir ao ataque dessas máquinas e com as habilidades de Kitty Pryde, Wolverine volta ao passado para reunir os X-Men em uma nova missão: impedir que o governo financie o projeto e assim dar vida aos sentinelas. Vários fãs são taxativos aos afirmar que X-Men : Dias de um Futuro Esquecido é uma das melhores histórias em quadrinhos dos mutantes. Porque então não seria nos cinemas? Por Brian Singer priorizar somente

Um carnaval fora de época !!! (O Espetacular Homem - Aranha 2)

O Espetacular Homem Aranha 2: A Ameaça de Electro possui inúmeros equívocos tamanho o caos apresentado na telona. O grande problema começa no título do filme, a história gira em torno de três vilões: Aleksei (Paul Giamatti), Electro (Jamie Foxx) e Harry Osborn (Dane Dehan). Não há espaço suficiente para explorar devidamente cada personagem, Electro na realidade não é um ameaça, como enfatiza o título do filme, toda vez que o vilão aparece é um festival de cores e trilha sonora que confunde o espectador e tira assim, a profundidade do personagem. Os fãs dos quadrinhos poderiam ficar na expectativa por um vilão pouco explorado nas HQs ser retratado nas telas , mas a alegria dura pouco, assim como a ênfase para o personagem. Electro parece mais um adereço de carro alegórico em um carnaval fora de época. Qual o função de Aleksei no filme? Dar o ar da graça no começo e final? Fica subentendido que ele será mais explorado no terceiro filme da franquia. Então porque não intensificar e d

Um filme comercial ou uma intensa experiência sobre o sofrimento humano? (Ninfomaníaca-Volume II)

Uma das características marcantes do diretor Lars Von Trier é brincar com o espectador. Primeiramente, ele nos choca sem ao menos ter contato com suas obras, ele gera expectativas e nos faz demonstrar interesse pela história. Posteriormente, ficamos atordoados pela forma impactante como os fatos são revelados, tudo começa a entrelaçar e ter proporções drásticas. Finalmente, a narrativa chega ao seu desfecho para deixar o público mergulhado no caos e complexidade do ser humano. Ninfomaníaca: Volume II segue esse "padrão" e o diretor nos apresenta a continuidade de uma intensa e inovadora experiência baseada em reflexões.     O filme retoma o diálogo entre os principais personagens Joe e Seligman, aos poucos a narrativa ganha uma nova densidade, pois temos contato com as consequências vivenciadas pela personagem em função do vício. Nesta sequência, o diretor apresenta as tentativas de Joe ao lidar com situações extremas. A parte poética presente no volume I está mais

Um remake necessário? (RoboCop - 2014)

O diretor José Padilha ao aceitar dirigir o remake de RoboCop tinha duas questões implícitas antes mesmo de começar as filmagens: agradar o público que cultua o clássico dos anos 80 e  familiarizar o público atual que não possui referências do filme . Padilha consegue agradar ambos? Consegue, mas com algumas limitações.  Padilha afirma em várias entrevistas que aceitou o projeto por ter liberdade suficiente para criar e dar ao espectador um novo RoboCop. Mesmo com a pressão dos produtores, o diretor consegue deixar sua marca e reforçar aspectos que eram pouco explorados no clássico. A questão política e filosófica é a prioridade do remake. Outro ponto que ganha destaque é o núcleo familiar do policial Alex Murphy ,  a partir do momento em que Alex vira uma máquina, a relação com a mulher e o filho fica estremecida e  Padilha consegue dar mais importância a esse aspecto se comparado ao clássico. Além dos aspectos filosóficos e políticos, os efeitos visuais são um dos grandes at

A ficção mais próxima da realidade (Her)

No filme Ela, a trama gira em torno dos protagonistas Samantha e Theodore. O diretor Spike Jonze explora a relação do casal de diversas formas. O primeiro contato, confidências, declarações de amor, o ato sexual. Todos os elementos necessários para um romance, mas neste caso específico,  Samantha  é um sistema operacional de computador. Theodore se apaixona por uma máquina. A primeira conversa do protagonista com Samantha é extremamente verossímil, um diálogo corriqueiro que aproxima o espectador do casal. No decorrer da trama, o sistema operacional começa a explorar tudo ao seu redor, como na cena em que  Theodore  leva Samantha (um aparelho que sempre está em seu bolso) a praia. Para Theodore basta à relação virtual, mas Samantha “sente” a necessidade do contato físico entre os dois. O diretor que também exerce a função de roteirista explora cenas em que Samantha possui atitudes humanas, descobertas seguidas de questionamentos. O que aproxima Theodore do mundo real é a

O caos e a vontade de bater no peito (O Lobo de Wall Street)

Máfia, dinheiro, sexo, drogas, uma combinação que  poderia facilmente ser repleta de clichês nas mãos de outros diretores, mas com Martin Scorsese o previsível é um deleite para o espectador. Em O Lobo de Wall Street podemos facilmente identificar como será o desfecho, ascensão e declínio do protagonista, mas a forma como a narrativa é explorada pelo diretor torna o que era previsível uma perfeita obra que fascina o público. A trama gira em torno do jovem Jordan Belford que consegue com métodos e meios duvidosos enriquecer em pouco tempo. Scorsese opta pela narrativa em primeira pessoa, ou seja, Leonardo DiCaprio brinca com o espectador, mantendo o contato visual e justificando suas atitudes para chegar ao topo do mercado de ações. Vários aspectos já retratados em outros filmes do diretor voltam em O Lobo de Wall Street, mas não chega a prejudicar a trama, pois temos outros elementos que auxiliam e enriquecem o filme, como a trilha sonora e as interpretações.  Leonardo Di

Um filme comercial ou uma intensa experiência sobre o sofrimento humano? (Ninfomaníaca-Volume I)

Pela forma como foi divulgada a nova produção de Lars Von Trier já era esperado mais um filme polêmico para a coleção do dinamarquês. Ninfomaníaca – Volume I, ser dividido em dois volumes não surpreende, o diretor somente fez um filme cult para o circuito comercial. Primeiro, pela questão lucrativa ( mais do que óbvia ), e segundo, por deixar em aberto uma história que precisa ser contada para que o espectador reflita sobre o desfecho. O fato da história ser “analisada” pela protagonista só aproxima mais o espectador do contexto que poderia facilmente cair em um simples filme pornô. O personagem de Stellan Skarsgard, na posição de ouvinte, instigando cada vez mais Joe, nos faz querer conhecer o que é retratado. O fato de não julga-la auxilia no processo e crescente do filme. Logo no começo, o diretor prioriza certos closes, o que fica fora do contexto, em seguida, prepara o espectador como quem diz: não me subestime, você está vendo um filme de Lars Von Treir (dessa forma egoc