Após conferir alguns vídeos de canais voltados para a sétima arte,
uma adolescente foi enfática ao afirmar: “ Nossa, me senti como se estivesse no
filme. Fiquei sem fôlego”. Comecei a questionar tamanha empolgação. Seria uma
nova onda pós- Crepúsculo? Tamanha euforia ganha sentido porque ela acabará de
sair da exibição de Jogos Vorazes: A
Esperança- Parte 1. Sentido porque estamos falando de uma franquia que desperta
um novo foco voltado para distopias e aborda um tema extremamente atual .
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 possui seus méritos, mas não
proporciona tamanha empolgação. O principal ponto é a necessidade de dividir o
filme com o objetivo claro de fazer bilheteria. Sem nenhuma necessidade afinal,
o filme não chega a lugar algum. Katniss Everdeen está mais fragilizada e
Jennifer Lawrence consegue
trabalhar esse diferencial que a personagem necessita, o problema é o exagero
na interpretação que beira o caricato. Em diversos momentos tensos, o que
poderia ser mais sutil, ganha proporções bem próximas de um “drama mexicano”.
O enfoque é mais midiático, o jogo é agora entre a Capital e o
Distrito 13. Tudo de uma forma bem explorada por ambos em meios de comunicação. Claro, que todo filme voltado
para o público juvenil precisa ter um romance, Gale estabelece uma relação com
Katniss mais fraternal. Não
existe química entre o casal e, consequentemente, metade do filme é morno. Como
acreditar que a protagonista está em conflito e dividida entre o amor que sente
por Petta e Gale?
Por ser mais um filme psicológico existem poucas cenas de ação que
sempre deixam o espectador com a sensação de querer ver algo a mais que nunca é
mostrado. O que se têm são histórias paralelas que não acrescentam em nada na
trama, como a irmã mais nova e seu gato de estimação.
O que faz de Jogos Vorazes : A Esperança – Parte 1 ser interessante é
a outra parte do triângulo amoroso . As poucas cenas de Katniss e Petta são mais convincentes que a
metade do filme ao lado de Gale. Vale a pena todo esforço da protagonista para
resgatar o verdadeiro amor. Julianne Moore e Philip Seymour Hoffman conseguem tornar a proposta do filme
mais convincente. Há impressão que se tem é que ambos servem de suporte para a
protagonista e conseguem segurar um filme tão longo quanto à espera dos fãs.
Agora é aguardar o que pode ser um filme bem mais complexo e intenso, a segunda
parte desta franquia inovadora com alguns equívocos no meio do caminho.
Comentários