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Mostrando postagens de dezembro 13, 2015

Um mediano remake que segue o padrão americano (Olhos da Justiça-2015)

Olhos da Justiça é um remake do vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, O Segredo dos Seus Olhos. A película argentina serviu como base para adaptação americana, mas não consegue captar o clima presente no filme anterior, apesar de ser um suspense mediano nos moldes e padrões de Hollywood.  Na trama, Ray (Chiwetel Ejiofor) e Jess ( Júlia Roberts ) são agentes do FBI e ao chegarem na cena de um crime, o policial encontra o corpo da filha de Jess em um latão de lixo. Após a descoberta, Ray e sua parceira começam uma busca incansável que dura treze longos anos para encontrar o assassino. A história tenta absorver o clima do filme Argentino, em alguns momentos consegue, quando Júlia e Chiwetel estão em cena , a química de ambos é intensa e o espectador só ganha com a atuação de atores competentes defendendo seus personagem. O ator apresenta Ray de forma impactante logo na primeira cena e ao longo do filme sua performance só cresce. Prematuro compará-lo ao veterano Den

Sobre gerações, confidências e feijão. (O Sabor da Vida)

Não é de hoje que a sétima arte utiliza a culinária como pano de fundo para contar histórias dramáticas ou simplesmente nos fazer rir, em O Sabor da Vida, de Naomi Kawase, a temática é retratada da melhor maneira possível, com extrema leveza.  A trama gira em torno de dois personagens opostos: Sentaro, um homem envolto em silêncio e Tokue, uma senhora que reflete carisma e um toque delicado de ingenuidade. Ele trabalha em uma padaria, ela se oferece para ajudá-lo no preparo de um doce, mais conhecido como dorayakis. O segredo está no preparo do feijão vermelho que é feito como se fosse um verdadeiro ritual pela senhora. No decorrer da trama percebemos que a comida é somente o fio condutor de segredos que serão revelados aos poucos.  O grande trunfo da diretora é explorar ao máximo a relação de ambos, mas tudo em seu devido tempo. Não há pressa em contar uma história com temas profundos que facilmente poderia ser carregado na dramaticidade nas mãos de outro diretor.

Não se engane, o cinema argentino ainda pode lhe surpreender. (O Clã)

Nesta mesma época do ano, já esboçava minha lista de melhores filmes de 2014, mas decidida a esperar o restante do mês, não pude deixar de incluir Mommy, na ocasião tinha visto no dia 30 de dezembro. Bom, o inevitável aconteceu, já estava preparando minha lista de 2015 e decidi esperar até o último dia do ano e realmente o fato se repetiu, um pouco antecipadamente, mas tenho quase certeza que assisti ao melhor filme do ano, O Clã, de Pablo Trapero.  A história baseada em eventos reais narra o cotidiano da família Puccio, tudo transcorre na mais perfeita normalidade: a mãe leciona, os filhos seguem o percurso natural dos estudos e o pai é um militar aposentado. Tudo em sintonia, mas mesclado com os sons vindos do rádio em um cômodo escondido da casa podemos escutar os gritos abafados de vítimas que Arquímedes mantém em cárcere. Mesmo com o pagamento do resgate, o assassinato é certeiro.  O diretor consegue acertar ao contar duas histórias simultâneas e que se complementam