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Mostrando postagens de março 28, 2021

Entre o micro e o macro (Liga da Justiça)

O combo surgiu: fã, hashtag, estúdio e Jack Snyder. Junte tudo e o combo pipoca está pronto. Tudo bem, o espectador não comprou o combo no entrada do cinema, agora temos uma nova vertente que deve dominar por algum tempo os lançamentos dos grandes estúdios. De olho no fã que pediu a versão do diretor de Liga da Justiça, a HBO Max lançou no serviço de streaming a tão esperada versão.  O fenômeno foi tamanho que Jack teve total liberdade para reconduzir o projeto. Liberdade de quatro horas e cansaço em diversos momentos.  A trama é dividida em capítulos e aborda o "recrutamento" de Batman ao escolher metahumanos após a morte do Superman. Os primeiros capítulos são voltados para o arco de cada herói e como as caixas maternas unem cada um para, posteriormente, formar a Liga da Justiça. Diana é a primeira que logo percebe que uma ameaça maior está por vir. Ela fica com a função de convencer Cyborg para entrar no grupo. Aquaman é o mais resistente, porém, quando Atlantes está amea

Sofrimentos, decisões e a dura realidade (Meu Pai)

Meu Pai começa com um conflito típico de gerações: Anthony eleva a voz e diz para a filha que não precisa de ajuda. Anne necessita que o pai aceite a ajuda de uma cuidadora para que ela consiga morar com Paul em Paris. Esse conflito logo aproxima o espectador da narrativa por estar presente no cotidiano de muitos pais e filhos. O que poderia ser um confronto momentâneo ganha proporções drásticas pelo fato de Anthony estar cada vez mais confuso sobre o que é real. Baseado em uma peça homônima, o roteiro explora a temática central da confusão mental que Anthony desenvolve e o confronto com a filha.  O mal de Alzheimer avança de forma avassaladora e consome as forças do protagonista. Do outro lado, totalmente fragilizada, está Anne que precisa lidar com momentos muito dolorosos acompanhados de extrema sinceridade de Anthony. O protagonista menciona de forma carinhosa a ausência da filha mais nova. Se para Anthony a lembrança é motivo de alegria, para Anne, a lembrança é carregada de sofri

Um clássico entre os independentes (Mank)

Mank é o tipo de filme que a Academia gosta de premiar e as dez indicações confirmam o favoritismo em relação aos demais longas. O diretor  David Fincher  convida o espectador a mergulhar na Hollywood dos anos 30 e 40. A trama explora os bastidores conturbados do roteirista Herman J. Mankiewicz ao escrever o Clássico Cidadão Kane. Herman é responsável por chefiar o departamento de roteiros da MGM e, por esse motivo, não poderia ter o seu nome creditado, no que até hoje é considerado por muitos críticos o maior filme do cinema. O espectador acompanha a briga entre Herman e Wells pelo script da obra e as batalhas pessoais do protagonista.  Muito do que vemos em Cidadão Kane está presente em Mank. David Fincher, além de nos transportar para outra época, nos instiga em uma bela homenagem repleta de aspectos técnicos e estilísticos. Os elementos narrativos ressaltam a preocupação de Fincher com os mínimos detalhes que fazem toda a diferença para alcançar a aura da Era de Ouro do cinema amer

O despertar do monstro nos personagens (Instinto)

Instinto é um filme que aborda uma temática central que de certa forma liga os protagonistas: transtornos mentais. Não fica muito claro o transtorno sofrido pela psiquiatra Nicoline. A mãe de vez em quando dorme na mesma cama que a filha, em posição fetal, explorando uma vertente de super proteção. A protagonista possui dificuldades com relacionamentos afetivos, especialmente ao ser tocada por companheiros. Quando Nicoline começa um acompanhamento com Idris, o sentimento surge aos poucos. O personagem tem um histórico de violência e abuso sexual. Nicoline começa a perceber que Idris manipula os demais profissionais e é contra o retorno do personagem ao convívio social. Durante os atos, a protagonista vive o dilema ao se deixar levar pela manipulação de Idris, mesmo tendo consciência, ela deseja essa manipulação.  O espectador percebe que Nicoline possui traumas mesmo que o roteiro explore pouco ou quase nada dos conflitos internos da protagonista, pela excelente atuação de Carice van H