Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro 30, 2016

Uma narrativa sem foco como um barco à deriva (Pequeno Segredo)

Pequeno Segredo, o representante brasileiro escolhido para concorrer a uma vaga de filme estrangeiro no Oscar em 2017, apresenta vários elementos que se encaixam como uma luva para a categoria: uma trama baseada em fatos reais, temática forte e um enredo que explora três histórias paralelas que em determinado momento se cruzam. Mesmo com os fatores descritos para potencializar a narrativa, o filme não consegue o básico: envolver o espectador. O roteiro explora três histórias que possuem pontos em comum: a vida da jovem Kat Schurmann e amor materno. O foco de uma delas é o interesse amoroso de Robert por Jeanne. Os arcos dos personagens são importantes e ganham força na interpretação de Maria Flor. É nítido o esforço da atriz ao tentar crescer em cena, mas o trabalho encontra percalços no caminho, principalmente por Errol Shand não ter familiaridade  com o idioma brasileiro. A dificuldade do ator é tamanha que as inúmeras pausas nos diálogos prendem o ritmo do filme resultando

Uma bela homenagem ao cinema clássico Hollywoodiano (A Luz Entre Oceanos)

O período é o pós Primeira Guerra Mundial e Tom Sherbourne vive as marcas de ser um veterano de guerra. Tentando apagar os horrores que viveu é contratado para permanecer e trabalhar em um farol, localizado na divisão entre os oceanos Pacífico e Índico. Tendo como companhia as lembranças de vários homens que matou e a solidão, Tom não almeja muitas mudanças. Após meses relata o que presenciou e leva informações para o responsável que o contratou. Em um dos deslocamentos conhece a família da Isabel Graysmark e o casamento torna-se inevitável. A jovem nutre sentimentos reprimidos pela perda dos irmãos e um novo amor é uma maneira de começar novamente a viver e Tom encontra na jovialidade de Isabel a alegria que havia perdido por ter vivenciado os conflitos e combates da Guerra. O tom da narrativa logo no primeiro ato já deixa pistas para o espectador que ele irá assistir um filme que faz uma bela homenagem ao cinema clássico de Hollywood. A paleta de cores quentes, com destaque

O previsível que realça a sensibilidade (Amnésia)

Martha vive em uma casa distante da cidade, no litoral de Ibiza, sem eletricidade e como companhia um toca fitas onde escuta músicas clássicas e ocasionalmente degusta vinhos levados por um velho conhecido. Jo é um jovem que sonha em ser DJ na famosa boate Amnésia. Ele muda-se para a casa próxima de Martha e ao sofrer um acidente montando o equipamento de trabalho busca ajuda na casa ao lado. A partir desse encontro casual, os protagonistas começam a se relacionar. Entre um almoço e voltas corriqueiras pelo local surge o inevitável sentimento de uma forte amizade.  Amnésia explora os conflitos e diferenças dos personagens, mas também ressalta como o pensamento e a vivência podem modificar a vida de ambos. Cabe ao diretor proporcionar ao espectador a experiência de desfrutar, assim como Jo, das belezas presentes no litoral. Na cena em que os protagonistas estão a bordo de um barquinho, Barbet Schoroeder enfatiza a inserção do público com movimentos de câmera similares aos movim