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Mostrando postagens de dezembro 11, 2016

A autoria como coadjuvante (É Apenas o Fim do Mundo)

Xavier Dolan aos poucos consegue entrar para o seleto grupo de diretores autorais. Marcante trilha sonora, cores vibrantes e um elenco que mescla interpretação com euforia. Essas características são nítidas em praticamente todos os filmes do jovem cineasta. No mais recente trabalho, É Apenas o Fim do Mundo, Dolan tira o pé do acelerador e deixa o espectador sempre na expectativa para encontrar algo a mais.  A trama é centrada em Louis que por motivos graves de saúde decide encontrar a família após doze anos sem manter contato. A mãe recebe o protagonista repleta de afeto, mas os momentos intensos de mágoas e ressentimentos logo aparecem. A personagem mais confortável com a presença de Louis é Catherine. Ela é a personificação da mulher submissa ao marido que tenta ambientar o escritor e lhe informar sobre os acontecimentos da família neste longo período de ausência. Ela é a figura que tenta estabelecer o equilíbrio dentro de um ambiente claustrofóbico em que todos possuem moti

A sensação constante de dualidade (Animais Noturnos)

Acho extremamente válido quando um diretor arrisca e tenta proporcionar ao público uma experiência distinta do trabalho anterior. É o caso de Tom Ford com o recente filme Animais Noturnos. No delicado e sensível, Direito de Amar, o diretor explorou o drama de forma equilibrada com destaque para o poder presente nas imagens. Ao mudar drasticamente de gênero, Tom Ford demonstra que a direção ainda necessita de amadurecimento, mesmo com o empenho em tentar dominar o filme por completo.  A trama gira em torno dos protagonistas Susan e Edward. Após uma conversa rotineira e fria com o atual marido, a personagem recebe uma encomenda, um livro intitulado Animais Noturnos escrito por Edward. A dedicatória é para ela. A medida que Susan avança na leitura, o público tem contato com três tramas intercaladas: a vida totalmente vazia da protagonista, o conteúdo violento explorado no livro e o passado do casal. O cuidado com a direção de arte é nítido e minucioso. A casa da protagonista é