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Mostrando postagens de abril 25, 2021

Você suportaria ? (Better Days)

O diretor Kwok Cheung Tsang aposta no poder da interpretação e em Better Days, indicado ao Oscar de filme internacional de 2021. A trama gira em torno da jovem Nian, que vive constantemente a pressão de tirar uma nota de corte para estudar em Pequim. Yuan Li assina o roteiro que foca em importantes subtramas. A temática central é o bullying e suas consequências. No decorrer dos atos, Li ressalta a diferença de classes sociais, as camadas do casal de jovens e a pressão nos estudos focando na postura ditatorial dos professores. Yuan consegue explorar de forma envolvente o arco dos personagens, mesmo que em alguns momentos exagere no melodrama. Intenso, o roteiro busca atenção do público por optar pela narrativa não linear, o que reforça o interesse na trama como um todo. Não existe pressa em desenvolver os personagens e aos poucos temos contato com o drama do casal de protagonista. O envolvimento amoroso entre Nian e Trickser é um acerto do roteiro que ressalta ainda mais o melodrama. Tr

Fique atento aos sinais (Raia 4)

O diretor Emiliano Cunha joga com as impressões do espectador e o envolve na busca por emoções ou na falta delas, através do olhar da introspectiva Amanda. A jovem pré- adolescente tenta lidar com os sentimentos, a distância emocional dos pais e a pressão das competições de natação. Ao mesmo tempo que a jovem esboça empatia por um colega de treino, cenas depois, ela o afasta por completo, para que Priscilla fique com ele. Dessa forma, o roteiro ao mesmo tempo que foca em sinais de empatia, nos alerta que outros sempre estiveram ali. A atmosfera é densa durante toda a narrativa, com leves momentos típicos de adolescentes. Emiliano, que também assina o roteiro, nos apresenta uma adolescente observadora que tenta se enturmar. Alguns sorrisos surgem sempre acompanhados de atitudes que geram dúvidas no espectador. A protagonista é amável com a ajudante e distante da mãe. Além da competição da natação, também existe uma rivalidade interna com Priscilla. Ao mesmo tempo que Amanda machuca a am

Somente estética. E a causa? (Bela Vingança)

Emerald Fennell sofre da síndrome do primeiro filme que atinge alguns diretores iniciantes: abraçar todas as técnicas possíveis somente para mostrar domínio na direção. Em uma cena de Bela Vingança, a diretora posiciona a protagonista centralizada para que ela encaixe em um objeto cênico na parede, para logo após ter um beijo com o companheiro. Cena puramente estética que prioriza somente o aspecto visual no filme. Em outros momentos, a diretora acerta na intenção, mas o resultado final não atinge o propósito desejado. Na cena de uma briga de trânsito, a diretora desfoca o personagem masculino, aqui fica claro que a intenção de Emerald: desconsiderar totalmente a figura masculina. O problema é a função narrativa da cena. Ela está  ali somente para destacar a vingança da protagonista em um homem na rua. O maior acerto da diretora é abusar dos closes nas cenas em que a atriz apresenta as nuances da protagonista. E, assim, a diretora segue abraçando todas as possibilidades durante o longa