Máfia, dinheiro, sexo, drogas, uma
combinação que poderia
facilmente ser repleta de clichês nas mãos de outros diretores, mas com Martin Scorsese o previsível é um deleite para o espectador. Em O Lobo de Wall Street
podemos facilmente identificar como será o desfecho, ascensão e declínio do
protagonista, mas a forma como a narrativa é explorada pelo diretor torna o que
era previsível uma perfeita obra que fascina o público. A trama gira em
torno do jovem Jordan Belford que consegue com métodos e meios duvidosos
enriquecer em pouco tempo. Scorsese opta pela narrativa em primeira pessoa, ou
seja, Leonardo DiCaprio brinca com o espectador, mantendo o contato visual e
justificando suas atitudes para chegar ao topo do mercado de ações.
Vários aspectos já retratados em outros filmes do diretor voltam em O Lobo de Wall Street, mas não chega a prejudicar a trama, pois temos outros elementos que auxiliam e enriquecem o filme, como a trilha sonora e as interpretações. Leonardo DiCaprio consegue dar um tom mais cômico para Jordan , com destaque para a cena em que sofre uma paralisia em decorrência dos efeitos de entorpecentes. Intenso e extremamente teatral, o ator demonstra o crescimento necessário para as transformações do personagem. Destaque especial para Johan Hill, que estabelece uma parceria interessante com Leonardo, muitas cenas do protagonista há o suporte do coadjuvante.A trama peca somente na duração (três horas), o que demonstra o excesso de várias cenas que poderiam ser excluídas e também pela questão do enfoque no declínio do personagem, pouco explorado pelo diretor. O que não chega a ser relevante pela dimensão da obra. Martin Scorsese consegue extrair do espectador a empolgação necessária e não estranhe se em determinado momento você tiver a vontade incontrolável de bater no peito.
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