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Mostrando postagens de outubro 21, 2018

Um grande passo na imersão do espectador (O Primeiro Homem)

Na primeira cena de O Primeiro Homem os elementos narrativos saltam aos olhos do espectador e provocam uma imersão imediata com a narrativa. Tudo para que o público sinta as emoções e frustrações de Neil Armstrong. A montagem de Tom Cross torna-se protagonista durante todo o filme e, na primeira cena, ela dita o ritmo constante da produção. Damien Chazelle também reforça o ritmo com uma autoria madura. A trama foca no protagonista Neil Armstrong e o fato histórico da chegada do homem à lua. Além de ressaltar as tentativas frustradas dentro da Apollo 11, o roteiro de Josh Singer reforça a humanidade do protagonista na personagem representada pela atriz Claire Foy. Janet é o elo que situa Neil na terra enquanto seu foco sempre está na lua. A alternância entre os arcos dos personagens também é reforçada novamente pela montagem. Por enfatizar ao menos três tentativas frustradas, conflitos familiares, aspectos econômicos e sociais, o roteiro torna o filme longo, mas em momento alg

Uma tocante inversão de papeis (Meu Anjo)

Marion  Cotillard é uma atriz extremamente versátil e firme em papeis dramáticos. O nome da atriz chama atenção em Meu Anjo, mas quem realmente rouba o filme é a pequena Ayline Aksoy- Etaix como Eli. Logo na primeira cena o espectador percebe a inversão de papeis entre mãe e filha. Marlène é a mãe, porém em todo o filme se porta como filha. É Eli que fica preocupada com a ausência da mãe que não retorna para casa, ela que canta para a mãe adormecer, ela que a acaricia e é ela que busca a todo momento a demonstração de carinho que a mãe não proporciona. Com a inversão total de papeis Marion propositalmente torna-se coadjuvante para que a pequena Ayline seja a protagonista da trama.  Ao propor no primeiro ato a inversão de papeis para envolver o espectador na trama, a diretora Vanessa Filho utiliza planos que reforçam o olhar distante e repleto de mágoa de Eli. Sempre buscando a presença física da atriz, a diretora ressalta o estudo de personagem da garotinha de oito anos que mes

Vida longa ao psicopata mascarado (Halloween)

Um clássico do terror está de volta, com a clara intenção de conquistar novos fãs. Jason, Freddy e Michael. Três figuras emblemáticas e marcantes no imaginário do espectador. No filme de 78, o público não sabia a motivação do pequeno Michael em matar a facadas a irmã adolescente. A ausência desse aspecto no roteiro de John Carpenter não prejudicou a trama, pois o que realmente importava no clássico era a atmosfera que surgia em cada cena. Quarenta anos após o lançamento, o diretor David Gordon Green propõe ao público um retorno ao passado e busca referências importantes no clássico para dar continuidade a trama de Laurie e Michael. Halloween tenta revisitar a atmosfera de 78 e consegue com grande êxito.  A trama foca na personagem de Jamie Lee Curtis que ficou traumatizada e obcecada pela segurança da pequena Karen. Aos oito anos, a pequena garotinha no lugar das bonecas "brincava" de atirar e lutar. A justificativa de Laurie era a segurança da filha. A mãe perde a gu