O Espetacular Homem Aranha 2: A Ameaça de Electro possui inúmeros
equívocos tamanho o caos apresentado na telona. O grande
problema começa no título do filme, a história gira em torno de três
vilões: Aleksei (Paul Giamatti), Electro (Jamie Foxx) e Harry Osborn (Dane
Dehan). Não há espaço suficiente para explorar devidamente cada personagem,
Electro na realidade não é um ameaça, como enfatiza o título do filme, toda vez
que o vilão aparece é um festival de cores e trilha sonora que confunde o
espectador e tira assim, a profundidade do personagem. Os fãs dos quadrinhos
poderiam ficar na expectativa por um vilão pouco explorado nas HQs ser
retratado nas telas , mas a alegria dura pouco, assim como a ênfase para o
personagem. Electro parece mais um adereço de carro alegórico em um carnaval
fora de época. Qual o função de Aleksei no filme? Dar o ar da
graça no começo e final? Fica subentendido que ele será mais explorado no
terceiro filme da franquia. Então porque não intensificar e dar a devida
importância para o personagem em outro momento? Muito superficial e o
talento de Paul Giamatti desperdiçado. Já Harry Osborn pertence a outra
alegoria do carnaval na sequencia, o visual do vilão é questionável e a
interpretação carregada de Dane Dehan só coloca em xeque os reais motivos e
necessidades do vilão na trama. O personagem ganha destaque no desfecho,
mas mesmo assim não possui folego para ter o merecido
desenvolvimento.
Vale destacar as interpretações de Emma Stone e Andrew Garfield ótimos como Gwen e Peter. A química de ambos é nítida e faz o espectador desviar o foco para algo que realmente faz sentido na trama. As mulheres na vida do herói são essenciais para que a história fique mais leve e deixe o lado carnavalesco do filme em segundo plano. A relação com Tia May ganha mais profundidade pois ambos buscam explicações para a tragédia de suas vidas. Mesmo com esse aspecto positivo, ele não consegue segurar o filme que perde gradativamente a qualidade. O desfecho é realista e faz o Homem-Aranha torna-se mais vulnerável perante as circunstancias da vida. Além de lidar com as questões e conflitos no campo sentimental de todo adolescente normal, Peter Parker consegue ser o bom e "moderno" herói da vizinhança. O diretor Marc Webb consegue resgatar o tom explorado no primeiro filme com piadas, e principalmente, uma maneira mais espontânea ao lidar com os problemas amorosos e conflitos do protagonista. Destaque para a cena final do casal.
Quando pensava que ninguém poderia tirar o
status de Joel Schumacher, com o péssimo Batman e Robin, eis que aparece
um provável substituto para o posto, Marc Weeb. Não restam dúvidas que o
diretor é fã do herói, mas todo fanatismo deu espaço para muitos equívocos no
meio do caminho.
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