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Mostrando postagens de outubro 31, 2021

Em busca de novas perspectivas (O Pergaminho Vermelho)

  O Pergaminho Vermelho, a primeira animação brasileira adicionada no serviço de streaming da Disney+, acompanha a trajetória da adolescente Nina, que vive os conflitos da idade repleta de turbulências, além de ter que lidar com as constantes discussões dos pais em casa. Com o ambiente conturbado, a jovem decide sair e andar de skate. A fuga da realidade leva a pequena protagonista a um mundo paralelo e a faz refletir sobre diversas temáticas. Nina é transportada para um mundo paralelo por ter achado o pergaminho vermelho. O objeto faz da protagonista a escolhida para salvar um povo das forças das trevas. A rainha está amaldiçoada e com a ajuda de velhos e novos amigos, Nina enfrenta obstáculos para tentar concluir sua missão e retornar para casa. O roteiro explora valores como amizade, companheirismo, ciúmes, maldade e acima de tudo, a importância de crescer e assumir responsabilidades. A animação envolve os pequenos e os adultos. A trama prende a atenção dos pequenos porque existe um

O verdadeiro embate é entre autoria e gênero (Eternos)

A aposta da Marvel para a fase quatro do universo compartilhado é arriscada. Eternos surge proporcionando respiro para o espectador. O choque é inevitável e pode ser considerado um novo marco do estúdio. Personagens são apresentados com a leveza e sensibilidade de Chloé Zhao na direção. A Marvel de tempos em tempos aposta na autoria de alguns diretores, como  Ryan Coogler , responsável direto por modificar os rumos dentro do universo. O filme do diretor abriu espaço para uma nova vertente focando em uma temática intensa que movia a narrativa como um todo. No filme de Chloé, repleto de autoria, a trama gira em torno de um grupo, Eternos, modificado geneticamente por deuses espaciais conhecidos como Celestiais, que precisam salvar o mundo de uma ameaça maior, os Deviantes. Ryan foi direto, diferente de Chloé, que toca em várias temáticas e não as desenvolve com tamanha intensidade. A diretora literamente abraçou o mundo e perde o foco em determinados momentos.  O cuidado com o roteiro am

Precisamos falar do cabelo de Woody Harrelson (Venom-Tempo de Carnificina)

Assistir  Tom Hardy  em cena é sempre uma experiência impactante e em Venom-Tempo de Carnificina ela é ainda mais negativa. É nítido que o ator gosta de interpretar Eddie Brock e tem uma relação de amor e ódio com o simbiote, o problema é todo restante que realmente não funciona em nenhum quesito. O ator está mais solto na sequência e consegue interagir de forma espontânea com a alienígena digital, porém são tantos problemas que a interpetação de Hardy fica em último plano. A trama segue diretamente dos eventos ocorridos no primeiro longa. Eddie é foragido da polícia, mas continua a trabalhar como repórter (vai entender). Ok, o mundo não sabe que ambos são praticamente a mesma pessoa, mas ambientar o espectador é o mínimo que se espera da base do roteiro. O jornalista consegue um furo de reportagem ao entrevistar o serial killer Cletus Kasady, que aguarda execução pelos crimes cometidos. O último desejo do personagem é conversar com Brock, o que não fica muito claro são as motivações p

A função da sétima arte (Mariguella)

O filme Mariguella, estreia de Wagner Moura na direção, faz um recorte dos últimos anos da vida do guerrilheiro, além de abordar as relações com os companheiros de luta e familiares. O roteiro de Wagner e Felipe Braga, inspirado no livro Mariguella: o guerrilheiro que incendiou o mundo, de Mário Magalhães, equilíbra o lado revolucionário e humano do protagonista. Aos poucos cada companheiro sofre com a tortura que foi amplamente camuflada, no período da Ditadura Militar, pela tríade: governo, imprensa e polícia. Com muita resistência, Mariguella consegue o apoio de outra tríade: jovens, igreja e alguns veículos de comunicação. Felipe ressalta o arco de cada personagem destacando as vertentes citadas. Cada um defende ideais democráticos, e, claro, sofre as consequênciais com à morte.    O primeiro trabalho de Wagner na direção alterna entre a urgência que a temática necessita e momentos brandos voltados para o núcleo familiar. A urgência pulsa com a câmera na mão acompanhando Seu Jorge