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Mostrando postagens de novembro 7, 2021

Um western cativante e exagerado (Vingança e Castigo)

O cinema vive de ciclos que retornam em uma roupagem diferenciada. O gênero western teve seu apogeu nas mãos de John Ford. Já a presença marcante de  Clint Eastwood  proporcionou uma retomada com Os Imperdoáveis. O que o gênero e Clint nos apresenta de semelhanças? Autoria, trilha sonora, mulheres indefesas e elenco branco. Se o espectador piscar perde a presença de um figurante negro. Décadas se passaram e Jeymes Samuel proporciona uma roupagem atualizada para o espectador. Mulheres fortes, trilha pop, sangue (muito sangue) e um elenco totalmente composto por atores negros. Se você piscar encontra uma cena com coadjuvantes brancos. A trama gira em torno de Nat Love que possui uma marca na testa deixada pelo temido Rufus Buck. A marca é resultado de um acerto de contas que Rufus teve com a família de Love. O tempo passou e a marca ficou. Não somente no aspecto físico como também na alma alimentada pela vingança.  O roteiro de Jeymes destaca a dualidade de cada personagem com camadas in

Roberto estava indo tão bem (O Ninho)

O jovem Samuel conhece pouco do mundo, tudo conhecimento adquirido pelo jovem é proporcionado pela mãe que o cria em uma redoma. A casa isolada é repleta de mistérios envolvendo também o passado da família. Samuel ficou paraplégico após sofrer um acidente de carro com o pai. Com o passar dos anos Samuel nutre a inquietação de conhecer o mundo, especialmente tudo que seja ligado à música. Na data de seu aniversário, ele deseja assistir um concerto musical. Tudo muda com a chegada de Denise, uma jovem que desperta sentimentos e desejos em Samuel. A adolescente o instiga e lhe apresenta novas descobertas. Claro que Elena, mãe de Samuel, não gosta da aproximação, mas precisa da jovem para outros fins familiares. O roteiro apresenta aos poucos os conflitos internos de cada personagem. Alguns envolvem o espectador somente pela excentricidade, porém o foco é no jovem Samuel que pela impossibilidade de andar depende exclusivamente dos cuidados da mãe. Elena se sente ameaçada pela chegada e bel

Somente Bergman consegue (Enquanto Houver Amor)

De tempos em tempos alguns diretores apresentam ao espectador uma trama voltada para um casal em crise que inevitavelmente acaba se separando. Recentemente tivemos História de Um Casamento . Mas o mestre Ingmar Bergman é que realmente sabia como ninguém retratar a temática, em Cenas de Um  Casamento. Porém, um diretor como Bergman é o que podemos classificar de Gênio. E gênios estão em outro patamar. Para os mêros mortais, após Noah Baumbach, agora é a vez de William Nicholson mostrar a sua versão do casamento e a crise do casal em Enquanto Houver Amor.  William prepara o espectador ressaltando a atmosfera do casal. Pura rotina e diálogos automáticos que irritam profundamente Grace. A protagonista está presente na relação e como acontece em determinados filmes que abordam esta temática, ela é a que mais sofre com o divórcio. O distanciamento de Edward é nítido logo que observamos o personagem. Ele é a razão que alerta a esposa pelo fato do relacionamento nunca ter existido e que ele pr