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Mostrando postagens de novembro 17, 2019

Atores competentes fazendo arte (A Grande Mentira)

Mirren e McKellen, duas personalidades conhecidas pela versatilidade. Os nomes exercem fascínio no espectador. Ver ambos em cena é sempre uma grata surpresa. Em A Grande Mentira a dupla alterna momentos de protagonismo e domina seus respectivos personagens. No primeiro ato do longa Ian McKellen apresenta ao público um personagem dúbio que vive de golpes. Ao marcar um encontro em um site virtual, Roy conhece Betty e logo formam um casal. A dupla de protagonistas vê um no outro, mais do que a companhia, um acalento para os dias solitários. O espectador sabe que Roy engana Betty desde o primeiro momento. Apesar de o filme focar boa parte no estudo de personagem e no protagonismo de Ian, Helen rouba a cena deixando o público atento aos mínimos detalhes. O diretor Bill Condon  trabalha a atmosfera gerando o suspense necessário principalmente no terceiro ato em que algumas reviravoltas surgem e prendem o espectador. Não existe pressa ao conduzir a trama. Bill deixa nas mãos dos atores

A mensagem que atinge o espectador (Reino Gelado: A Terra dos Espelhos)

O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos possui alguns problemas de roteiro, montagem e direção. A animação passa pelos personagens de maneira apressada fazendo com que os espectadores não se importem com a trama apresentada ao longo dos atos. A jovem Gerda vive um dilema de deslocamento dentro na família. Todos possuem poderes mágicos, menos ela que sempre se sentiu diferente. Quando o Rei Harald aprisiona todos os mágicos e seres que não são humanos na terra dos espelhos, a protagonista precisa salvar não somente todos da região como também descobrir o seu valor. O grande problema que está presente durante todo o filme é a pressa ao abordar o arco dos personagens. Não existe o cuidado e tempo para que as reviravoltas sejam assimiladas pelo público. No primeiro ato o cuidado ao apresentar a família de Gerda é explorado de forma coesa. Após a protagonista ter que salvar sua família o roteiro não consegue focar nas subtramas e o longa transmite a sensação de confusão com a entrada de no

Quando a temática ultrapassa o campo da ficção (A Vida Invisível)

Filmes que acompanham a vida do protagonista por décadas geram um envolvimento quase que instantâneo no espectador. Em A Vida Invisível o público torna-se íntimo da vida de duas irmãs na década de 50. Eurídice e Guida são opostos que se atraem. A primeira, introspectiva; a segunda, expansiva. Guida já pensa muito além do seu tempo e reflete sobre o papel da mulher na sociedade. Já Euridíce, na sua introspecção,obedece a figura paterna e se casa abrindo mão dos sonhos. Guida retorna para casa solteira e grávida. Viver em um conto de fadas estava nos seus planos, mas a realidade a fez voltar achando que por estar grávida o pai poderia lhe acolher. Mais uma vez a mordaça feminina é ressaltada na figura materna. Ana recebe a filha de braços abertos, mas o pai impõe a autoridade e é taxativo ao afirmar: "Se você aceitar Guida vai para a rua com ela.". Sem opção, a filha vai embora deixando a mãe com o tormento e a saudade. Ao longo dos atos a trama ressalta a ausência de uma