Falling-Ainda Há Tempo é um longa que explora opostos refletivos nos pensamentos entre duas gerações distintas. Willis está começando a sofrer de demência e precisa viver com o filho John. Além dos lapsos de memória que dificultam a relação, John precisa lidar com o preconceito, o pai não aceita a presença do companheiro Eric. O roteiro explora um breve período da relação do presente enquanto alterna com flashbacks a criação rígida de Willis com os filhos. Passado e presente provocam cansaço no espectador, pois a todo momento o ritmo da narrativa é quebrado para explorar o passado da família.
A direção é de Viggo Mortensen que foca na interpretação dos atores proporcionando a sensação de estarmos vendo uma peça teatral. Essa aspecto não prejudica o ritmo do longa, pois ao optar por uma câmera estável no presente, Viggo intensifica a tensão entre pai e filho. Já nos flashbacks o diretor apresenta movimentos de câmera que acompanham a rigidez de Willis quando jovem. Vale ressaltar também a importância da trilha sonora que envolve os personagens.
Os atores intensificam as emoções dos protagonistas ressaltando a sensação teatral presente em toda a narrativa. Viggo apresenta resiliência por conta da doença do pai e por saber que o preconceito está enraizado em Willis. O preconceito atinge os demais membros da família, principalmente, Laura Linney. Os filhos de Sarah recebem todo rancor do avô. No lado oposto está Lance Henriksen que apresenta um pai amargurado e ressentido por não saber lidar com a modernidade dos netos e com a sexualidade do filho. São opostos que envolvem o espectador. Viggo Mortensen estreia na direção preocupado em captar as emoções dos atores e opta pela objetividade nos movimentos de câmera. A emoção acompanha o espectador, porém o que realmente prejudica a narrativa é a montagem que não consegue manter o ritmo entre passado e presente.
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