O filho da protagonista é mantido como refém enquanto ela precisa cumprir uma missão: matar várias pessoas no período de uma noite. A cada parada Rhona recebe ameaças de Dolph Lundgren para que inimigos sejam eliminados. Essa é a premissa de Aceleração Máxima, que o espectador já sabe como começa e termina. Como tudo é extremamente previsível, vale focar no que a narrativa pode apresentar para atrair o espectador que busca entretenimento. Ação e frases rasas. A ação realmente não dá trégua e pode gerar envolvimento. Já as frases ganham um teor cômico que provocam risos constantes no público. Sabe quando um personagem faz uma pergunta e o outro não satisfeito repete ? E a resposta? É a pior possível. Com cada personagem que Rhona encontra os diálogos seguem o mesmo padrão. É engraçado? É engraçado. Era para ser? Acredito que não.
Podemos também destacar o excesso presente na fotografia com o neon como protagonista. Sempre que Rhona mata um personagem, o neon está presente. Recurso estético utilizado com primor em John Wick, aqui o neon cansa não só esteticamente, como também evidencia ainda mais a questão voltada para a previsibilidade. E as cenas de ação? Os diretores Michael Merino e Daniel Zirilli estavam realmente inspirados, pois em várias cenas o espectador reflete: "Mas eles estão lutando em câmera lenta ou é ruim mesmo?". Fico com a segunda opção. E os sorrisos continuam a cada cena de luta. O auge acontece quando a narrativa avança em uma velocidade acelerada em cada missão e parada da protagonista. O recurso é utilizado quando Rhona está parada com o carro no sinal e logo estaciona o carro. Qual o motivo em utilizar o recurso de forma tão desnecessária? Tudo bem que existe uma lógica de continuidade no recurso utilizado, afinal, entre uma parada e outra, ele se faz presente, mas utilizá-lo de forma gratuita fica, no mínimo, constrangedor.
As atuações são um primor e os risos continuam. Natalie Burn tenta ser forte para realizar todas as tarefas e ter seu filho de volta. Caras fechadas com frases de efeito marcam a personagem. Já Dolph Lundgren está no melhor estilo Dolph de ser. Frio como uma pedra de gelo apresentando um tiquinho de empatia pelo garoto. E Sean Patrick Flanery é o vilão caricato da vez. O que já vimos em outros tantos filmes. Uma torta de limão aqui, uma roleta russa ali e os trejeitos caricatos. O que salva é a participação de Danny Trejo gerando outro sorriso no espectador, dessa vez, no melhor sentido. Aceleração Máxima é entretenimento de cunho duvidoso repleto de previsibilidade. Entre a ação e a comédia, a escolha é certamente a segunda opção.
Comentários