O começo de Bad Boys Para Sempre é basicamente um resgate do primeiro filme dirigido por Michael Bay. Mike e Marcus estão em um carrão em alta velocidade trocando ofensas e piadas enquanto percegue suspeitos. Além de todas as referências, a trama gira em torno de vingança, uma vingança mexicana. Sim, os vilões são mexicanos. Bandidos de um lado, policiais do outro e segredos revelados.
Will Smith sabe como lucrar na indústria, apesar de algumas escolhas equivocadas em projetos passados, Bad Boys Para Sempre parece uma aposta acertada do produtor. Desde o primeiro longa a química entre os atores é o que move a trama e na sequência da franquia não seria diferente. Martin e Will são a ação e o tom cômico da narrativa. Os opostos são explorados de forma intensa. Martin está mais contido com a chegada do neto e Will na intensidade de sempre. As personalidades se complementam apesar da aposentadoria momentânea de Marcus. Tudo ganha contornos diferenciados quando a família em torno do personagem de Mike vem à tona. Com a vertente mexicana, o roteiro explora de forma consciente o bom dramalhão tão típico presente na personagem de Isabel que ainda por cima é conhecida como Bruxa. O dramalhão mexicano é abraçado pelo espectador e potencializa a comicidade entre os personagens.
Adil El Arbi e Bilall Fallah conseguem explorar a interação da dupla ao mesmo tempo em que intensificam as cenas de ação proporcionando ritmo ao longa. A entrada de uma equipe voltada para a parte interna da investigação auxilia na ação até porque a dupla sente o peso da idade e atores jovens estereotipados reforçam as cenas de ação. O filme possui ritmo sem apelar para cortes excessivos que deixam o espectador confuso. Aqui a característica básica da autoria de Michael Bay é deixada de lado para que o público compreenda a trama e acompanhe os arcos dos personagens. Claro que algumas conveniências surgem no meio do caminho, porém a direção consegue reverter os furos e proporcionar um bom entretenimento para o espectador. Basta sentar na poltrona e aproveitar a novela mexicana.
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