Se a direção envolve o espectador nas cenas de Themyscira, o mesmo não acontece no confronto entre Mulher-Maravilha e Mulher-Leopardo. Se alguém conseguiu ver alguma cena, me avise! Porém, vale ressaltar o cuidado da direção de arte e figurino ao destacar a década de 1980. A cena do shopping é exagerada e combina com a atmosfera dos filmes que marcaram aquela época. Vários detalhes surgem para ambientar o espectador. O exagero se faz necessário com cenas galhofas e divertidas. Por falar em galhofa, o que foi a construção de personagem de Pedro Pascal? O ator é pura diversão e proporciona humor ao vilão sem motivações. Mulher-Maravilha peca em vários aspectos proporcionando ao espectador uma narrativa sem rumo reputada de pontas soltas. Resta saber se o terceiro longa terá uma base digna da força da heroína. DC, o ícone merece mais, muito mais.
Diz o ditado que em time que está ganhando não se mexe, então voltam todas as peças que fizeram Mulher - Maravilha dar certo para o segundo filme solo da heroína. Patty Jenkings, na direção e Gal Gadot, como protagonista. O que poderia dar errado? Sempre afirmo que se a base, o roteiro, não for bom tudo desanda de tal forma que os demais elementos gritam por atenção. É o caso de Mulher-Maravilha 1984, que tem como maior vilão justamente a base. Na trama a heroína enfrenta dois vilões e reencontra o amor verdadeiro ao fazer um desejo para uma pedra diferenciada. Diana deseja a volta de Steve; Barbara quer ser como Diana e Maxell almeja poder. Com os desejos devidamente concedidos tudo foge do controle.
O roteiro também escrito por Patty explora várias subtramas e não consegue manter o foco ao desenvolvê-las. Barbara deseja ser atraente como Diana e após algumas cenas ganha a notável habilidade de andar com salto alto. Essa é a maior habilidade de Diana? Vários diálogos são estabelecidos com coadjuvantes que reforçam a tal força. Esbarrou na personagem, alguém comenta: "Nossa, que lindos sapatos!". E o desenvolvimento de Barbara em Mulher- Leopardo perde a força. Sem falar no romance com Maxwell que é sugerido e descartado em uma única cena, os personagens unem forças por pura conveniência. Já Pedro Pascal brinca como ninguém com o personagem, porém as motivações do vilão são extremamente vazias. Na metade do segundo ato, Marwell somente aparece em cortes de cenas para realizar desejos. Chris Pine retorna com carisma e humor apenas para auxiliar Diana e nada mais. Uma pena porque a química entre os atores é o que faz o espectador não abandonar a trama por completo. E Gal Gadot é Diana/Mulher-Maravilha. A atriz compreende as nuances da personagem, porém em cenas mais dramáticas deixa a emoção de lado. O roteiro desenvolve a personagem intensificando a ausência de foco. Diana precisa dar conta das várias subtramas e em determinados momentos frases soltas surgem para amarrar o que se quer teve desenvolvimento. "Preciso resolver como meu namorado surgiu no corpo de outro homem", "Ele está no Cairo", "Eu quero algo dominador, felino". Por falar em frases soltas, o poder feminino é ressaltado sempre que surge um homem na tela. Quanta decepção envolvida em um ícone dos quadrinhos.
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