Vencedor de cinco Oscars nas categorias principais Um Estranho no Ninho é um filme de atmosfera e atuações. Randle é um prisioneiro visando burlar os serviços prestados que finge ter problemas mentais e é internado em uma clínica psiquiátrica. Logo nas primeiras cenas Jack Nicholson toma o protagonista para si e envolve completamente o espectador no jogo de sanidade e loucura de Randle. O Estranho do título reverbera durante toda a narrativa na interpretação de Nicholson. É interessante perceber que a aparente tranquilidade local é quebrada pelo temperamento do protagonista. As ações dos personagens estão relacionadas diretamente com as atitudes de Randle ao proporcionar a quebra da rotina do hospital. Jack eleva o tom de voz e intensifica fisicamente o protagonista. Não é à toa que os pacientes ganham vida com a presença do ator. Jack instiga os demais personagens para não somente viver intensamente, como também a questionar as regras impostas pela enfermeira Mildred. Um dos aspectos instigantes do filme é o embate entre a enfermeira e o "paciente". Nicholson sabiamente trabalha a troca de olhares com Louise Fletcher o que acrescenta ainda mais tensão na atmosfera da narrativa. Jack Nicholson é a alma inquietante que o filme necessita para fazer o espectador mergulhar nessa atmosfera.
Além da intensa e marcante atuação de Nicholson o filme conta com nomes conhecidos no elenco. Rever o clássico é ter a oportunidade de observar o trabalho de atores veteranos no começo da carreira. É o caso de Christopher Lloyd e Danny DeVito. Taber possui um temperamento mais agressivo que é estimulado pela presença de Randle. O personagem reage de forma visceral a presença do protagonista. Já Martini nos faz refletir sobre estar presente fisicamente em cena. DeVito praticamente não possui falas, mas a forma como o ator constrói fisicamente o personagem o torna marcante durante os atos. O trabalho de Will Sampson ganha destaque entre os pacientes por ser um belo exemplo de como o coadjuvante interfere diretamente no arco do protagonista. Quando Randler descobre que Chef não é surdo mudo, muito pelo contrário, que o personagem é extremamente lúcido, Randler não ganha somente um aliado no plano de fuga como também um amigo. A relação de ambos é de calmaria e lucidez, o contraste perfeito se observarmos a atmosfera vivenciada no hospital. Se o acalento vem da amizade entre os personagens, a presença de Louise Fletcter é a quebra desse sentimento. A presença da personagem sempre reforça a tensão e conflito na trama. O olhar frio perante as situações se faz necessário para conter a rebeldia proporcionada por Randle. Na troca de olhares entre Nicholson e Louise existe a tensão como também uma provocação mútua interna que quebra a rotina da personagem e a faz exercer ainda mais uma linha ditatorial no hospital. A cada tumulto estimulado por Randle, a personagem com o olhar sabe que o seu poder será mantido. Essa questão fica mais evidente na reunião com os superiores em que ela insiste que o protagonista permaneça no hospital.
Além da intensa e marcante atuação de Nicholson o filme conta com nomes conhecidos no elenco. Rever o clássico é ter a oportunidade de observar o trabalho de atores veteranos no começo da carreira. É o caso de Christopher Lloyd e Danny DeVito. Taber possui um temperamento mais agressivo que é estimulado pela presença de Randle. O personagem reage de forma visceral a presença do protagonista. Já Martini nos faz refletir sobre estar presente fisicamente em cena. DeVito praticamente não possui falas, mas a forma como o ator constrói fisicamente o personagem o torna marcante durante os atos. O trabalho de Will Sampson ganha destaque entre os pacientes por ser um belo exemplo de como o coadjuvante interfere diretamente no arco do protagonista. Quando Randler descobre que Chef não é surdo mudo, muito pelo contrário, que o personagem é extremamente lúcido, Randler não ganha somente um aliado no plano de fuga como também um amigo. A relação de ambos é de calmaria e lucidez, o contraste perfeito se observarmos a atmosfera vivenciada no hospital. Se o acalento vem da amizade entre os personagens, a presença de Louise Fletcter é a quebra desse sentimento. A presença da personagem sempre reforça a tensão e conflito na trama. O olhar frio perante as situações se faz necessário para conter a rebeldia proporcionada por Randle. Na troca de olhares entre Nicholson e Louise existe a tensão como também uma provocação mútua interna que quebra a rotina da personagem e a faz exercer ainda mais uma linha ditatorial no hospital. A cada tumulto estimulado por Randle, a personagem com o olhar sabe que o seu poder será mantido. Essa questão fica mais evidente na reunião com os superiores em que ela insiste que o protagonista permaneça no hospital.
Os elementos narrativos são sentidos pelo
espectador de forma minimalista. Os pequenos detalhes fazem a diferença e
complementam o arco dos personagens. Uma das primeiras cenas da enfermeira
Louise é apresentada pela luz vermelha acima na porta de entrada. O vermelho
simboliza o lado mais rígido que acompanha a personagem. Assim como o espectador pode observar o pequeno detalhe no
objeto cênico, a trilha sonora também surge em momentos pontuais para acalmar
os pacientes e também para impulsionar a autoridade de Louise. A direção de
Milos Forman prioriza a mise-en-scène e proporciona ritmo para a narrativa,
mesmo nas cenas mais amenas voltadas para as reuniões, o temperamento forte do protagonista movimenta as cenas. A câmera prioriza o zoom in ressaltando a interpretação dos atores. Além dos elementos
narrativos o roteiro instiga o espectador a refletir sobre a humanidade e o
tratamento realizado em clínicas psiquiatras. No fim do segundo ato e perto de
desfecho, Randler é submetido ao tratamento de choque, o que deixa Chef inconsolável
fazendo o personagem tomar uma atitude extrema. Ou seria um ato de amizade?
Hein, Michael Haneke? Logo me veio à mente o desfecho tocante de Amor. O
desfecho silencia a alma inquieta do protagonista e provoca a liberdade do
coadjuvante.
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