A abertura com o nome do estúdio embalada por acordes específicos de uma música marcante para o Rock Mundial. Assim começa mais um filme da Fox. O espectador entra imediatamente no universo da banda que influenciou gerações. A trama conta um período específico da vida de Freddie Mercury. O início, quando o vocalista entra para a banda desconhecida substituindo o vocalista, até o ápice, no momento em que o vocalista descobre ser portador do vírus HIV.
Bohemian Rhapsody é um filme que o espectador aos poucos vai se acostumando com o que é proposto por Bryan Singer. O visual de Rami Malek causa impacto no primeiro momento, especialmente pela dentadura. A direção no auge do brega de Singer ressaltando ao máximo a persona do cantor. A fotografia que enfatiza ainda mais o brega do diretor com atores imersos por uma paleta de cores quentes. Sem deixar de mencionar o mais envolvente que irá atrair grande público para os cinemas: a música de Queen. Todos esses elementos causam estranhamento. É um envolvimento tímido do espectador.
Bryan Singer utiliza o primeiro plano e close nos atores para extrair ao máximo a composição dos personagens. Com o recurso, o diretor reforça aspectos positivos e negativos do elenco. Todos os atores principais tentam chegar próximo do que foi a banda, mas a sensação que fica é de tentativa. Tentativa porque entre os atos os atores estão soltos quando a proposta é experimentar e fazer música. Na parte criativa da banda, os bastidores envolvem o espectador. Porém, quando o filme foca nas partes musicais, os atores transmitem um aspecto mecânico que beira o artificial. Bryan não consegue captar a essência da banda.
Propor chegar perto do que foi a figura excêntrica de Freddie Mercury não seria fácil para qualquer ator que o interpretasse nos cinemas. A tarefa ficou por conta de Rami Malek que se esforça ao máximo para captar todos os trejeitos do cantor. Por alguns momentos o espectador precisa se acostumar com a interpretação do ator. A dentadura dificulta muito o trabalho de Malek. Porém, no terceiro ato, nos anos 80, a semelhança do ator com o cantor é impressionante. Joseph Mazzello é o ator que está mais confortável no papel de baixista John Deacon. Ele é o tom cômico do filme, o integrante da banda que acalma os ânimos na briga de egos entre os demais membros do Queen.
Bohemian Rhapsody tem a autoria de Bryan Singer. O auge do brega com estilo do diretor. Primeiro plano, close (nunca vi um gato ser mais importante do que muitos coadjuvantes no filme), a luz invadindo o rosto dos atores, personagens presos na interpretação, música de qualidade e duas facetas do protagonista. Mas e o envolvimento do espectador? Está tudo lá, inclusive, a ausência de conexão.
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