Robert McCall está de volta. Daquele jeitinho de ser: ajudando todos ao seu redor. Trabalhando como motorista, uma jovem entra no carro visualmente machucada. Lembra de Teri no primeiro longa? O protagonista não mediu esforços para salvar a jovem prostituta. Pois bem, o erro ou acerto foi Amy entrar no carro de Robert. O protagonista prontamente leva a personagem ao hospital e retorna ao hotel onde Amy estava hospedada. Robert analisa o local. E se o espectador recordar, em menos de meio minuto, Robert já acabou o serviço e vingou a jovem. O primeiro ato é repleto de acertos que o protagonista executa, nos deixando a impressão de Robert ser um super - herói extremamente calculista e acima de tudo humano.
O grande trunfo da sequência é explorar um pouco mais sobre o passado do protagonista. Quando o roteiro de Richard Wenk explora a vida do protagonista, o envolvimento do espectador tona-se mais intenso. Acrescentar outro jovem na vida de Robert reforça ainda mais a humanidade do personagem. Miles é um adolescente perdido que faz desenhos e decide pintar a parede do prédio onde Robert mora. Em troca ele precisa frequentar a faculdade. Além do pagamento pela pintura, Robert estimula Miles para começar a pratica da leitura. Sim, o protagonista ainda mantém o habito e está no último exemplar dos cem melhores livros para ler. Ele entrega um exemplar para Miles, pois reforça que o jovem pode escolher outro caminho. Susan também retorna com mais destaque no enredo. A presença da personagem muda completamente o rumo da trama. Na metade do segundo ato, Robert busca não somente ajudar as pessoas, mas também uma vingança pessoal. Sabe quando um personagem novo entra na sequência? É bom ficar de olho e se aproximar com cautela. O terceiro ato é de uma precisão bem próxima da personalidade de Robert.
Como explorar um super-herói com limitações advidas da idade? Denzel Whashington é um sessentão que consegue ressaltar dois aspectos primordiais no protagonista: a inteligência e o olhar. Como Miles ressalta "Ele é um super - herói que está sempre a frente dos demais." Utilizando todos os materiais disponíveis, Robert consegue atrair os vilões e fazer o serviço completo. Quem é fã de Denzel sabe que em algum momento do filme o espectador terá a oportunidade de ver algumas cenas no melhor estilo do ator. Denzel proporciona aos personagens presença de tela até chegar ao ápice. No meio do segundo ato, Denzel dá uma aula de interpretação e firmeza ao resgatar o jovem Miles de um caminho que poderia não ter volta. E neste ponto da trama, você percebe quanto o ator zela pelo protagonista. Mesmo não tendo o porte físico para correr loucamente por aí, somente o andar firme do protagonista já causa o impacto necessário. A maneira como o ator brinca com objetos cênicos também é uma marca no modo como ele estuda o cenário e seus personagens. No primeiro longa, Denzel explora uma caveira que está em cima da mesa do antagonista. Na sequência é um simples guardanapo que diz muito sobre a personalidade do protagonista. São detalhes que enriquecem Robert e fazem do ator um profissional do melhor calibre em Hollywood.
Não somente Denzel Washington marca presença firme em o Protetor 2, o diretor Antonie Aquoa também o faz ao explorar menos elementos narrativos presentes no primeiro filme e reforçar os movimentos de câmera para ambientar o espectador nas cenas que antecipam a ação. Antoine ressalta os cenários vazios e a câmera os permeia preparando para todas as cenas de ação da trama. Enquanto elas surgem acompanhadas de trilha sonora, o filme ganha ritmo principalmente no terceiro ato .O ritmo é diferenciado do anterior. Saí a ação com socos e entra o jogo articulado entre antagonista e protagonista. A última sequência no terceiro ato é de deixar o espectador na ponta da poltrona. A câmera de Antonie, a montagem e interpretação faz o desfecho ter um ritmo diferenciado dos demais atos.
O Protetor 2 segue os passos do primeiro filme. Todos os elementos presentes no primeiro estão na sequência. Robert continua ajudando os que estão ao seu redor sem motivo aparente, mas é interessante perceber que os coadjuvantes são essenciais para o desenvolvimento do presente e também passado de Robert. O que diferencia os dois filmes, além do foco maior no protagonista é o ritmo mais lento que reforça a pausa na ação para o espectador mergulhar mais na humanidade do protagonista. O Protetor 2 é mais humanidade e menos ação.
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