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Corre, Tom, Corre!!! ( Missão: Impossível Efeito Fallout)


Missão Impossível e Tom Cruise. Uma dupla que gera lucros. Um dos maiores astros de Hollywood que atrai público e faz a indústria manter o ciclo. Tom Cruise é perfeccionista e sabe que tem uma franquia importante nas mãos que caiu no gosto do espectador. O perfeccionismo do ator faz com que cada filme seja sinônimo de grandiosidade. O astro derrapou com o remake de A Múmia, mas com a franquia ele sabe que não pode errar. Manter uma franquia nos tempos atuais é complicado, não arrecadou bilheteria, ela acaba em um estalar de dedos (referência ao vilão Thanos). Missão Impossível chegou ao sexto filme com credibilidade. O público sabe que vai ao menos ter um filme mediano, só que neste caso, o mediano passou longe. Efeito Fallout é um excelente filme de ação ininterrupta. E o melhor de tudo, o espectador não sente a trama passar. Quando chega ao desfecho fica o gostinho de aguardar o próximo.

Missão Impossível : Efeito Fallout gera no espectador uma sensação que poucos filmes de ação atuais consegue: deixá-lo imóvel na poltrona e,consequentemente, na trama. Como é característico da franquia, o filme possui "um prólogo" tenso que gera a expectativa necessária e deixa o aviso: "vem mais por aí em grande escala". A trama gira em torno de personagens conhecidos do público de filmes anteriores. Quando o espectador menos espera, o roteiro desenvolve várias reviravoltas que encaixam perfeitamente entre os atos. Outro aspecto interessante do roteiro é o duelo entre a inteligência de Solomon Lane / o físico de August Walker e Ethan Hunt. Com a motivação dos vilões extremamente atual, Hunt e o restante da equipe precisa impedir que boa parte da população mundial morra. 

Além de perfeccionista, Tom Cruise sempre busca proporcionar algo que supere o filme anterior para o espectador. Em Efeito Fallout, o ator pula de prédios, pilota aeronaves e faz "o básico" nas perseguições de motos e carros. Tudo acompanhado de perto pela câmera de Christopher McQuarrie. O diretor leva o espectador junto com as rodas da moto de Cruise. No topo dos prédios e em todos os lugares buscando transmitir a ação necessária para elevar a franquia. Outro elemento narrativo fundamental na trama é a trilha sonora. O famoso tema do filme é modificado sutilmente para acompanhar o ritmo do filme. Por falar em ritmo, ele não deixa o espectador se desprender do filme. Existe o momento certo para o espectador compreender a trama, mas logo a montagem retoma a ação. O que acompanha as reviravoltas dentro da trama e vale ressaltar é a paleta de cores. Cores mais quentes nas perseguições ao ar livre e cores mais frias nos momentos em que reviravoltas são descobertas por Hunt.


Se não existe limite para Ethan Hunt imagine para Tom Cruise. Ele só quis enfrentar o Superman. Só isso. Ver um ator baixinho dando uns sopapos no homem de aço é tão surreal quanto todas as cenas de ação do filme. Quando o espectador pensa que já viu o suficiente, vale aguardar o terceiro ato. Ver Henry Cavill e Tom Cruise medindo forças... Para Tom Cruise, nada é impossível. Ter Henry Cavill no papel de antagonista faz o filme ficar interessante porque ele é exatamente o que acontece na vida real. Ele é o que executa a ação planejada por um membro superior. Ele é o músculo, sem muitas expressões que vai para o combate, enquanto Solomon Lane arquiteta todo o plano. Henry está disposto a tudo por algo que acredita. Mas infelizmente, o que realmente destoa é a mesma tecla explorada em filmes anteriores da franquia: a ex-mulher do protagonista. Julia quase não aparece e realmente não acrescenta em nada na trama. 

Pensar na franquia é pensar no impossível. Qual astro melhor que Tom Cruise em Hollywood que não mede esforços para alcançar o impossível? Tom Cruise encontrou uma franquia para abraçar e investir em continuações. O espectador se envolve com o suspense de filmes típicos de espionagem repletos de ação. O ator sabe do que é capaz e sempre quer ir além. E se você acha que o astro já correu o suficiente, não se engane: aqui ele corre muito com propósitos específicos. Corre para protagonizar um dos melhores filmes de ação de 2018 e corre também para gerar no espectador a expectativa pelo sétimo filme. Fica a mensagem : Corre, Tom, Corre!!!


Comentários

Unknown disse…
Cavill imprime de maneira eficiente o contraponto à presença mais discreta de Hunt, inclusive trazendo certo humor em um determinado momento (no caso, como se estivéssemos vendo aquela velha dinâmica de obra policial com dois agente de personalidades antagônicas, mas que devem trabalhar juntos para resolver um caso). Amo a Henry Cavill é de admirar o profissionalismo deste ator, trabalha muito para se entregar em cada atuação o melhor, sempre supera seus papeis anteriores, o demonstrou no filme Liga da Justiça um filme que se converteu em um dos meus preferidos. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, eu recomendo muito!
Paula Biasi disse…
A figura de Cavil funcionou bem nas lutas com Cruise. O ego do astro é tamanho que deve ter pensado:" Vai funcionar eu dar um sopapos no Super Man!"

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