O encerramento de uma trilogia. Jurassic Park : O Parque dos Dinossauros mostrou do que um blockbuster era capaz. Hipnotizou platéias no mundo todo e outros filmes com a mesma temática poderia surgir. Spielberg retornou para a sequência O Mundo Perdido: Jurassic Park e manteve a atmosfera tensa do primeiro longa com o visual das criaturas mais avançado. O encerramento da trilogia veio com Jurassic Park 3 em 2001. O retorno de Dr. Alan Grant resgata a nostalgia de um dos principais personagens do primeiro longa. Ainda trabalhando em pesquisas, o protagonista volta ao Parque de 1993 para acompanhar um casal rico que faz viagens radicais e exóticas. Ele vai guiar o casal pela ilha e em troca, mais uma vez, o protagonista receberá uma boa quantia em dinheiro. O segundo foi o fio condutor para a chegada do terceiro. O terceiro? São tantos aspectos fora do lugar...
No começo da trama, o diretor Joe Johnston, no intuito de simular uma tensão presente no primeiro ato, já apresenta ao espectador que a direção será o grande problema ao longo da trama. A montagem deixa a cena de abertura cheia de recortes que quebram constantemente o ritmo e faz o espectador refletir se realmente está diante do encerramento de uma trilogia. A atmosfera tensa que era uma das verdadeiras protagonistas no filmes anteriores, em Jurassic Park 3 não resgata nenhum aspecto de elo com o espectador. O que cresce gradativamente é o sentimento de frustração em deixar de lado tudo que foi construído ao longo dos dois filmes. A alternância na direção poderia trazer aspectos inovadores, mas a cada cena Joe perde consideravelmente a condição da trama. As cenas são soltas em um contexto já explorado .
O que resgata minimamente a aura do primeiro filme é a trilha sonora de John Willians. Mesmo que o tema seja marcante, ele surge em cenas pouco inspiradas gerando a ausência de conexão com o espectador. A cada cena essa conexão é quebrada de forma repentina. Mesmo que as criaturas sejam mais detalhadas e com efeitos digitais que refletem os recursos utilizados na época, o que poderia ser um atrativo, não consegue imprimir a tensão que é característica marcante na franquia.
Carregar o peso de substituir Steven Spielberg na direção não é tarefa fácil. Joe Johnston tenta se desvincilhar da comparação com os filmes anteriores. A questão não é a troca de diretores, uma nova condução para a trama é sempre bem-vinda, mas a inovação da espaço para um filme que imprime falta de criatividade. As cenas de ação proporcionam um distanciamento intenso de espectador e trama. Não surpreende que seja o menor filme da trilogia e que demore uma eternidade para chegar ao desfecho.
Jurassic Park 3 consegue se distanciar ao máximo da aura presente nos filmes anteriores. A tensão é gerada de forma repentina e esse aspecto é reforçado pela edição equivocada presente ao longo de todo o filme. O público não acredita na trama abordada por ter um elenco fraco que simplesmente corre sem saber que direção tomar. Nem as criaturas salvam o filme de um final trágico. Jurassic Park 3 consegue somente ter o distanciamento total do espectador.
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