Empolgação. A palavra que define o filme de Guilhermo del Toro. Círculo de Fogo tinha uma trama envolvente que prendia o espectador. Eis que surge Círculo de Fogo : A Revolta e a palavra perde o sentido no meio do caminho. John Boyega quer se desprender do passado e vive de pequenos golpes. Tenta esquecer o legado do pai, mas uma missão o coloca em uma posição semelhante a de Staker Pentecost: tentar salvar a terra.
O primeiro ato da trama possui o ritmo acelerado com uma edição frenética. Jake surge em cena e a presença de Boyega segura boa parte do filme. Quando o protagonista encontra a adolescente Amara, a química se faz presente. A empolgação deixa a tela quando os personagens ficam distantes. O roteiro gera conveniências. O plot twist demora para acontecer e o espectador retoma ao contexto proposto tarde demais.
A direção firme de Steven S. DeKnight pode ser sentida no primeiro e terceiro atos. Todo o segundo ato consiste em tentar explorar subtramas com personagens carismáticos, o núcleo jovem e a dupla de doutores Newton e Hermann, porém, os núcleos propostos ficam perdidos em uma trama maior que possui pontas soltas. É preciso enfatizar que um falso ritmo acelerado, na realidde é reflexo da edição que tenta interligar as subtramas. Somente tenta.
John Boyega divide o protagonismo com Scott Eastwood. O que prejudica consideravelmente a construção de Jake. Como John tenta imprimir carisma ao protagonista, sempre que divide a cena com Scott existe uma quebra na sintonia dos atores. Boyega é infinitamente melhor e o contraste torna-se inevitável. O humor entre Nate e Jake não funciona e o filme perde força quando ambos estão juntos. O filme somente ganha forças quando Jake e Amara retornam de forma relevante para o andamento da trama principal.
Círculo de Fogo: A Revolta segura o interesse do espectador no primeiro e terceiro atos. O segundo ato apresenta subtramas e personagens que poderiam acrescentar no filme como um todo, mas a falta de entrosamento dos protagonistas e o elenco jovem solto no meio do caminho prejudicam consideravelmente o andamento da narrativa. Infelizmente, a empolgação do espectador fica somente entre dois atos.
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