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A tentativa de estabelecer o equilíbrio da força (Star Wars - VIl)

Difícil manter a racionalidade e não ser tomada pela emoção ao escrever sobre o tão aguardado filme Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força. Logo nos primeiros momentos somos tomados pela sensação de estarmos imersos no universo da trilogia clássica. Esse aspecto não é de forma alguma algo que prejudique a trama, pois agrada aos fãs que já conheciam a saga e também ressalta características primordiais para a nova geração que começa a acompanhar toda a magia presente na força.

Neste novo episódio, o piloto da resistência Poe é capturado pela Primeira Ordem liderada por Supremo Snoke, Kylo Ren e General Hux. Quem consegue escapar é BB-8 que carrega consigo uma valiosa informação, uma parte do mapa da localização de Luke Skywalker. O andróide encontra a jovem catadora de lixo Key e o stormtrooper Finn. Juntos, eles unem forças para combater a Primeira Ordem.      


Temos vários acertos na escolha do elenco. Daisy Ridley e John Boyega estão excelentes em seus personagens. Existe uma química interessante entre eles que segura a maior parte do filme. Ele apresenta um tom mais nervoso para Finn, já ela demostra o espírito aventureiro de Luke com um misto de descoberta cada mais intenso de sua força. Vale destacar a visão de J.J.Abrams e Kathleen Kennedy ao escalarem um negro e uma mulher como protagonistas e possível par românico nos demais filmes. Um passo necessário e gigantesco em Hollywood. Outro personagem que rouba a cena é BB-8, o androide que agrada em cheio adultos e o público infantil. A criatura mais cativante da sétima arte em 2015. Boa parte da trama gira em torno dele, o que intensifica ainda mais o envolvimento com o espectador.


Como estabelecer o equilíbrio da força ? Nem tudo são flores no episódio VII de Stars Wars. Toda a parte que envolve a Primeira Ordem e o lado negro da força fazem a trama retroceder em vários aspectos. O personagem de Adam Driver carrega o fardo de ser comparado ao estigma de Darth Vader, o que seria injusto, pois não há como cogitar a hipótese. Mesmo dando um tom diferenciado a Kylo Ren, o personagem é extremamente fraco e não possui o impacto necessário para a importância devida do vilão. Talvez seja a direção de J.J.Abrams ao tentar distanciar este novo vilão das prováveis referências geradas pelo público. A nova geração merecia um personagem que fosse além dos ataques de Ren. Já Oscar Isaac poderia ter uma abordagem maior. No início da trama, o ar de latin lover contrasta com o universo proposto, mas este aspecto perde força e no decorrer da história Poe ganha a devida importância. 

O principal destaque de Star Wars é a aura mantida da saga. Resgatar Han Solo e os demais personagens para a trama intensifica a identificação com os fãs mais exigentes. Toda parte referente às lutas com o sabre de luz e a guerra travada contra a Primeira Ordem nos remete automaticamente ao saudosismo estabelecido na trilogia clássica. Só resta aos fãs aguardar por mais dois anos para constatar se realmente o poder da força irá continuar. 








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