Streep, Hanks, Spielberg e Willians. Nomes de peso premiados que elevam The Post -A Guerra Secreta e fazem o espectador ficar atento. Ganhador de vários prêmios e indicado nas principais categorias do Oscar, a trama foca em uma guerra central, a Liberdade de Impresa x a Lei da Espionagem. Mas o que The Post aborda também são as guerras internas travadas pelos protagonistas. Kay Graham, dona do jornal The Whashington Post, trava uma verdadeira guerra contra o preconceito. Muitos não acreditavam que a protagonista conseguiria assumir um cargo tão significativo e importante. Para Ben Bradlee, editor-chefe do jornal, a guerra é diária voltada para o cotidiano da redação. The Post é o equilíbrio entre essas guerras com a autoria de Spielberg.
A guerra do Vietnã toma a tela nos primeiros minutos da trama, assim como a autoria de Spielberg. Na atmosfera do conflito, um objeto cênico ganha o destaque pelo zoom in : uma máquina de escrever. O diretor demonstra a força do objeto e como ele será importante ao longo dos atos. O filme avança no tempo e Ben consegue informações sigilosas do pentágono que comprometem governos americanos sobre a atuação do país na Guerra do Vietnã. Neste momento a direção de Spielberg explora e intensifica a mise-en-scène. Cada personagem se movimenta de forma importante para transmitir ao espectador a aura tensa da redação de um jornal. Com igual importância, o posicionamento dos protagonistas em cena reforçam suas guerras pessoais. Frente a frente, Hanks e Streep duelam em cenas que ressaltam a hierarquia e personalidades de Ben e Kay.
A direção proporciona enquadramentos que casam perfeitamente com a evolução presente no roteiro voltada para o arco dos personagens. A interpretação de Meryl Streep engrandece Kay de forma gradual. A protagonista se mostra frágil nos dois primeiros atos, mas no terceiro toma posse de seu verdadeiro lugar. Pressionada, Streep mescla firmeza e insegurança na medida certa para o posicionamento da personagem. Hanks dialoga com precisão sabendo dos riscos e vivendo a tensão de um jornal. Como o personagem sempre frisa: "Estamos de volta ao jogo", com um ar sarcástico ganha o espectador.
O ritmo de The Post é intenso nos momentos em que o roteiro foca na busca por notícias, mas a mesma tensão continua com a câmera estática. O ritmo não se perde e ganha um aspecto envolvente para o espectador com diálogos encadeados e sem pausas prolongadas. A sensação constante de tensão somente é quebrada no ambiente familiar de Ben e Kay. Com uma participação significativa, Sarah Paulson tranquiliza o marido, ao mesmo tempo em que o alerta sobre a situação difícil que Kay enfrenta. A atriz reforça o olhar preconceituoso de Ben e o roteiro amplia a guerra interna da protagonista pela perspectiva de Tony Bradlee.
The Post - A Guerra Secreta envolve o espectador com a autoria de Spielberg que consegue entrelaçar subtramas em uma trama maior explorando ao máximo os protagonistas. O duelo de Hanks e Streep ganha força ao longo dos atos com diálogos ágeis. O diretor reforça subtramas internas dos personagens. São guerras interiores que movem a trama ao encontro da temática central.
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