Em Ghostbusters-Mais Além, algo de estranho acontece não na vizinhança, como ressalta a trilha de Ray Porter Jr, agora tudo acontece em uma cidade tipicamente interiorana. Phoebe é a neta de Dr. Egon que começa a encontrar os objetos de trabalho do avô. Não tarda para que a personagem chegue ao uniforme e aos equipamentos tão característicos da franquia. Ao manusear um deles, Phoebe liberta um fantasma que começa a destruir toda cidade. Em outro núcleo, o roteiro explora o arco de Trevor, irmão mais velho da protagonista. Cabe ao irmão encontrar o carro com o emblema que logo envolve o espectador adulto. A caça ao pequeno e guloso fantasma abre espaço para um portal misterioso que desperta antigas criaturas.
O objetivo do roteiro é estabelecer uma conexão com o passado e atualizar a franquia renovando o elenco. Apesar de prolongar a narrativa com subtramas adolescentes que não acrescentam muito no todo, o grande acerto é o arco da jovem Phoebe que sempre acreditou em Egon. O arco da jovem atraí os dois públicos básicos do longa: os que procuram resgatar a nostalgia e o novo que se identifica com o grupo adolescente. Os demais personagens servem de escada para resgatar a aura do primeiro filme. A cena de acasalamento dos adultos possuídos é hilária. A atuação do casal nos transporta diretamente para os anos 80. Além de todos os artefatos e criaturinhas cativantes que surgem no supermercado, os personagens ganham arcos e conflitos internos típicos de jovens buscando aventura.
Os atores estão muito bem nos devidos personagens enquanto os adultos servem basicamente como conveniências do roteiro. O destaque fica para a dupla Logan Kim e Mckenna Grace. Os atores tomam o filme para si e ganham o espectador proporcionando ritmo para a narrativa. Já o núcleo de Finn Wolfhard não acrescenta muito nos eventos gerados no roteiro. Finn e Carrie Coon giram em ciclos que não avançam e prejudicam consideravelmente o envolvimento do espectador. Calie apresenta uma aura interessante de mãe sem muitas responsabilidades que tem na filha um porto seguro. Quando a personagem ganha destaque é somente para ressaltar que o pai abandonou a família. Já Trevor fica preocupado em estar interessado em Lucky. Os demais coadjuvantes são responsáveis pelo resgate total da nostalgia. Apesar do longa prolongar alguns arcos sem necessidade e eles servirem exclusivamente como conveniência dentro do roteiro, o filme consegue equilibrar de forma satisfatória a nostalgia do quarteto de 84 com os adolescentes atuais. E se algo acontecer... os jovens assumem o comando.
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