Assim como fez em Corpus Christi, Jan segue os passos do protagonista como se a câmera fosse os olhos do espectador. Com vários closes o diretor reforça a angustia de quem assiste a gradação das camadas do protagonista. De um plágio no trabalho da faculdade de direito à atitudes extremas planejadas nos mínimos detalhes. A câmera acompanha Thomasz com planos fechados e com o auxilio da fotografia transforma a vida do protagonista em uma atmosfera fria ausente de emoções. O único momento sexual do jovem é intensificado pelo corte abrupto justamente para destacar a intensão do jovem de somente usar as pesssoas como peças descartáveis. Todos os coadjuvantes são peças de um jogo de xadrez onde Thomazs derruba cada uma sempre visando o próximo passo para alcançar um único objetivo.
A força que Rede de Ódio tem ao envolver o espectador é reflexo da atuação de Maciej Musialowski. A frieza do olhar é sentida a cada cena. O jovem ator reforça a falta de empatia ao intensificar cada estratégia nas peças do jogo como ele deseja. Mesmo que algumas peças sejam difíceis de derrubar o protagonista persiste até as últimas consequências. Maciej reforça as camadas do protagonista sem perder a frieza captada pelas lentes de Jan.
Além do ótimo trabalho de Maciej, o que mais assusta o espectador é constatar que a trama é facilmente baseada em fatos. Os atos do protagonista são organizados no anonimato das redes sociais e as consequências drásticas que afetam os coadjuvantes intensificam o perigo do domínio virtual em mãos instáveis. Após o desfecho desolador, o espectador assiste mais um excelente trabalho de Jan na direção que evidência o jogo perigoso de ganância, poder, política e sociopatia.
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