Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler invadia territórios com o ideal de exterminar "povos impuros" e fazer da Alemanha uma grande potencial mundial, mesmo que para isso milhares de pessoas fossem cruelmente mortas. Líderes com o poder em mãos tomam atitudes questionáveis e insanas, mas no meio desse turbilhão existe o lado oposto que deseja freiar a ação de Hitler, o Primeiro-Ministro britânico Winston Churchill.
O filme de Joe Wright foca no protagonista em duas batalhas : contra Hitler e o parlamento que reluta em nomeá-lo. Após uma batalha quase vencida, Churchill ainda teria a resistência vários ao seu redor, o diretor foca na forte presença do protagonista. Com cautela Joe intercala momentos pessoais com planos mais abertos quando está com sua esposa e planos fechados, quando Churchill está pressionado de todos os lados. Dois takes específicos demonstram a habilidade de Joe em parceria com a fotografia de Bruno Delbonnel. O diretor explora o zoom in em um plano fechadíssimo quando o protagonista fala ao telefone com o presidente Nixon. Em outro take Churchill é a moldura de um quadro, tamanho a enclasura do protagonista.
Joe Wright sabe que tem um ator competente e explora ao máximo o trabalho de Gary Oldman. Com várias indicações ao papel e conquistando alguns prêmios, o ator poderá levar o Oscar em março. Assim como Joe alterna o cotidiano perfeccionista e a tensão política durante as duas horas do longa, Gary também explora diversos momentos que alternam essas situações. O timbre de voz é diferenciado, os olhares, tregeitos e charutos, vários deles, que causou problemas respiratórios no ator. Dedicação e entrega total, uma pena que no meio do caminho existe outra pedra preciosa chamada Daniel Day Lewis. Gary nos faz esquecer que existe um ator interpretando o primeiro-ministro. Somente os grandes atores conseguem tamanha façanha.
O trabalho de edição consegue dar ritmo ao filme logo nas primeiras cenas com cortes rápidos. O dinamismo está presente em toda a trama, que alterna momentos mais calmos e introspectivos do protagonista. A fotografia de Bruno Delbonnel com cores quentes reforça os momentos de tensão e decisões importantes, como salvar soldados na batalha de Dunquerque. Quando contracena com a esposa (Kristin Scott Thomas), a fotografia é mais suave , pois o espectador observa um lado mais terno do protagonista.
Com seis indicações ao Oscar, O Destino de Uma Nação nos envolve pela marcante presença de Gary Oldman. Uma característica específica do diretor é trabalhar intensamente os personagens em sua filmografia e Gary tem um personagem que torna-se um gigante nas telas digno de aplausos e prêmios.
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