O diretor Steven Spielberg afirmou em uma entrevista que o mercado
para o "gênero" de filmes relacionados a super - heróis estava saturado.
Steven não deixa de ter razão, pois não há como negar a existência de um único
duelo entre o realismo da DC e o entretenimento fácil da Marvel . Será? Não. No
meio do caminho apareceu a Fox, quem apostaria depois do fiasco de um certo
quarteto, com o seu mercenário tagarela e deu uma inovação necessária
para o gênero. Um sopro de vida para os heróis.
Deadpool inova principalmente por ter um protagonista carismático
que logo causa empatia com o público. Estabelecida essa relação, o filme nos
leva a uma verdadeira brincadeira de montanha- russa, onde mescla
momentos intensos de pura adrenalina e outros mais tranquilos necessários para
contar a trajetória de Wade Wilson.
As cenas de ação são muito bem detalhadas e coreografadas, com um
ritmo frenético que faz o espectador se envolver cada vez mais com a trama.
Juntamente com a ação, como não poderia deixar de faltar, o intenso humor
sarcástico do protagonista, nos atira de imediato e em intensa velocidade na
adrenalina vivenciada por Deadpool. O deboche é tamanho que não existem pudores
em relação aos fracassos do estúdio e os mutantes X- Men, no caso específico,
mencionando o fato de explorar somente dois personagens como suporte do
tagarela por não possuir recursos financeiros para formar uma " verdadeira
" equipe. Deadpool não se leva a sério e esse é o seu catalisador para
conquistar o espectador que embarca junto na ironia e percebe que esse é o
fator diferencial. Destaque para outro personagem fundamental, a trilha sonora,
que embala a ação do protagonista , parte essencial para o tom sarcástico da
trama.
Para dar uma pausa na adrenalina e ficarmos mais
confortáveis na poltrona dessa montanha - russa é necessário contar a trama e
deixar o espectador familiarizado com o personagem. Wade Wilson é um ex-
militar diagnosticado com câncer terminal e sua única chance de sobreviver é
participar de um experimento inusitado que o transforma em um mutante com
poderes. Ao retratar a parte mais sensível do protagonista, o filme entra em
inércia e a química com alguns personagens não funciona. Seu interesse amoroso
não passa a credibilidade necessária. O ponto cômico, a dupla formada por Ryan
e Miller é interessante, mas fica monótona no decorrer da trama. O vilão
extremamente caricato consegue prender à atenção por um tempo porque o deboche
também permeia o seu núcleo, mas sua parceria com Angel é totalmente
descartável. O que dizer de uma mutante que quase não utiliza seus poderes e
que entra muda e sai calada? E a captura pífia de movimentos do Colossus? Como tudo em excesso é prejudicial, o diretor Tim Miller não conseguir
estabelecer o equilíbrio das piadas e em vários momentos o filme fica
cansativo.
Vale esperar pela cena pós- crédito, a melhor e mais criativa já
feita. A participação de Stan Lee é também hilária. Deadpool consegue dar vida
aos filmes do gênero de super-heróis, mas a pergunta que fica é : Até quando?
Comentários