O diretor Laurent Cantet possui um principal objetivocom @arthur.rambo- ódio nas redes: levantar questionamentos. Em praticamente todas as cenas, após o plot twist explorado no roteiro, a vida do protagonista vai do céu ao inferno em questão de segundos. Karim D. participa de entrevistas para divulgar o novo livro e todos o cobrem de elogios. O céu é o limite, por falar em limite, todos os questionamentos presentes no roteiro giram em torno do debate sobre os limites das redes sociais, especificamente o twitter.
Após alguns eventos intensificados no roteiro, todos os amigos e familiares se afastam de Karim. A cada encontro com um coadjuvante, Laurent sabiamente envolve o espectador com indagações pertinentes e extremamente atuais: Sou a mesma pessoa de anos atrás? Penso de forma distinta? Como refazer uma imagem que já está estabelecida no imaginário dos leitores? Uma pessoa que foi fruto do meio pode mudar?Seus amigos são realmente amigos em todas as situações?E quando o abalo atinge o meio familiar?
Todos os questionamentos levantados proporcionam ao longa um ritmo intenso, pois a cada encontro o protagonista se vê acoado. Assim, a narrativa sempre coloca o espectador na pele de Karim. Para ressaltar ainda mais a angústia de Karim, Larent utiliza planos fechados para intensificar à pressão que Rabah sofre durante todo o filme. Não existe respiro e a câmera capta todo o sofrimento.
Se Laurent explora as emoções com às lentes da câmera, Rabah Nait Dutella consegue imprimir para Karim o sofrimento contido que reforça ainda mais toda a angústia de quem vai do céu e ao inferno com o cancelamento virtual. Rabah vive o que muitos sentem na vida real. O cancelamento que julga e condena em questão de segundos apagando todos os feitos do protagonista. Nunca a ficção foi tão real.
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