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Meu Coadjuvante (A Barraca do Beijo 2)


Pensei, pensei e pensei... achei que o filme que acabará de assistir valia mais uma crônica do que uma crítica. Então, vamos aos devaneios sobre A Barraca do Beijo 2. Desde quando me entendo por gente e tive contato com os filmes de comédia romântica voltadas para o público adolescente, no auge da puberdade, perdi literalmente a conta de quantas vezes assisti o filme Ela é Demais. De lá pra cá, inúmeros filmes foram lançados com uma pitada de inspiração, como o ótimo Garotas Malvadas. Mas vamos escrever algumas palavras sobre a sequência. Sempre quando assistia esses filmes teen observava os coadjuvantes. Para mim, se o coadjuvante era bom, o filme já valia a pena. Foi assim com Gatinhas e Gatões, um filme de John Hughes, que abordava os conflitos da juventude, mas acima de tudo era sobre uma bela amizade. 

No primeiro filme da franquia, sobre a tal barraca do beijo, a amizade também move boa parte da trama. E mais uma vez, os coadjuvantes roubam a cena. O fortão engraçado e o amigo são os destaques. Sempre eles: os coadjuvantes. Porém, existe algo diferente nos filmes de Hughes dos atuais: agora, não existe muito envolvimento e química com os protagonistas. Talvez esteja aí a principal diferença dos filmes da minha época da adolescência para os atuais: a química. Eu realmente me envolvia com os conflitos da protagonista porque quase sempre os meus estavam refletidos na tela. Era o fim do mundo saber que o garoto mais bonito da escola nunca iria me notar e que eu nunca seria a mais bonita. Pasmem(um tiquinho de ironia), eu realmente fui notada por um tempo por ele, ao que tudo indica hoje deve ser um médico dedicado beirando os quarenta anos. Na realidade, bem próximo dos filmes, na vida real, quem gostava realmente de mim eu consegui perceber só depois de muito tempo, quando Ele me chamou para dançar e eu prontamente recusei para não magoar os sentimentos de uma amiga.

Hoje Ele mora fora do Brasil e construiu uma bela família. Ele era ator dos bons. Eu, atriz. Fico “somente" no atriz porque Ele foi ator no ensino médio. Menciono minha veia artística, pois desejo que de alguma forma, mesmo que por palavras, a arte nos aproxime.
Você pode estar se perguntando: Qual a diferença do ele para o Ele? ele era o galã; já Ele; o meu Coadjuvante. Mas toda a questão pessoal é para ressaltar a importância que a sétima arte tem ao abordar temáticas nos filmes adolescentes, mesmo que de forma superficial. A Barraca do Beijo 2 não é um Gatinhas e Gatões, nem tão pouco um Ela é Demais, mas têm seus méritos: dialoga em cheio com o público-alvo. Eu realmente não consigo compreender como os adolescentes mudam tão drasticamente de físico de um filme para o outro. Os atores mais parecem adultos de trinta e poucos anos fazendo filmes teen. Malhação manda lembranças! (Ironia-parte 2). Tá aí outra diferença da minha época para os filmes atuais. Um ano passou e é músculo pra tudo quanto é lado. Músculos à parte, vale ressaltar que por mais bobinho que o filme seja, a sétima arte tem este poder, o poder de nos tocar de alguma forma e entre uma palavra e outra, surge um suspiro seguido de uma melancolia: Meu Coadjuvante...   

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