De tempos em tempos Mel Gibson ressurge para dar uma guinada na carreira. Aqui o retorno é no filme Herança de Sangue. A premissa é simples: Gibson passou um bom tempo na cadeia e após acertar as contas com a justiça participa de reuniões para se manter sóbrio. Certo dia John recebe a ligação da filha que matou um dos homens mais perigosos da região. Ele reencontra Lydia e os laços familiares começam a surgir em meio à fugas e tiroteios. Simples e direto como a maioria dos filmes do gênero.
O roteiro de Peter Craig é de longe um dos melhores aspectos do longa. Os diálogos são certeiros repletos de ironia e humor. À medida que a relação pai e filha fica mais intensa, a intimidade é maior e o humor cresce ganhando o espectador. Os personagens brincam uns com os outros a cada cena. A presença de Mel Gibson move boa parte dos atos, porém os coadjuvantes são desenvolvidos principalmente para intensificar a ironia nos diálogos. Tudo é extremamente previsível, mas esse aspecto não prejudica em nada a narrativa. Sabemos que em determinados momentos personagens retornam por conveniência do roteiro como no caso de William H. Macy Além da previsibilidade ainda existe espeço para a piada com mexicanos que logo é rebatida por Lydia elevando o humor na trama. Ah...tiros, muitos tiros.
A presença de Mel Gibson lembra em alguns momentos Mad Max, sem falar no óculos escuro moderno do protgonista. O ator funciona muito bem na pele de John. Já Diego Luna é a personificação do vilão caricato latino. Outro aspecto que funciona na narrativa é a direção de Jean-François Richet que proporciona um ritmo frenético ao filme nas cenas de ação. O envolvimento do espectador é imediato, pois o roteiro vai direto ao ponto e a câmera de Jean acompanha com intensidade o relacionamento de pai e filha. Herança de Sangue marca o retorno do protagonismo de Gibson nos filmes de ação e quem ganha é o espectador com um entretenimento de qualidade.
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