Dona Hermínia retorna para o fechamento de um ciclo e tenta superar a síndrome do ninho vazio. Os filhos quase não aparecem para visitar e a protagonista se vê extremamente só. O passa tempo predileto é mudar de mala e cafezinho para a portaria do prédio. Para uma pessoa hiperativa a solidão é a pior companhia e a idade trás consigo algumas limitações físicas. Dona Hermínia já não dança como antigamente e a nostalgia insiste em trazer lembranças dos filhos ainda pequenos. Juliano vai casar e Marcelina vive a experiência da maternidade. Tudo ao mesmo tempo e com uma boa dose de humor.
Paulo Gustavo intensifica o papel que marcou sua carreira e por esse motivo está mais solto ao interpretar Dona Hermínia. O ator parece desfrutar da zona de conforto que a personagem lhe proporcionou ao longo dos anos. A dona de casa que possui uma metralhadora no lugar da boca ganhou o espectador. No desfecho da trilogia, o ator que também é responsável pelo roteiro apresenta ao público novas indagações da protagonista. A zona de conforto aparece e arranca rizadas constantes do espectador. O ator explora ao máximo as a protagonista em uma trama leve e divertida. Alguns coadjuvantes retornam somente para prolongar a narrativa. O arco de Dona Loudes destoa e arrasta o filme como um todo. O mesmo acontece com o grupo de idosas que a protagonista organiza para eventos de dança. A piada causa graça, mas se utilizada mais de uma vez perde o sentido. Outros personagens surgem para acrescentar ao arcos dos coadjuvantes.
Com uma montagem simples que prioriza em determinados momentos o flashback, o elemento narrativo acrescenta em temáticas voltadas para o preconceito e independência emocial sempre focando no olhar materno. Apesar da previsibilidade, o fechamento da trilogia encerra ciclos visando o amadurecimento dos filhos e visões distintas da maternidade. Quem sabe Dona Hermínia não retorna para mais um filme disparando sua metralhadora falante para todos ao seu redor?
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