A retomada da franquia focada no protagonismo feminino não é bem uma novidade em Hollywood. Seria ótimo se Exterminador do Futuro: Destino Sombrio fosse somente protagonizado por Linda Hamilton. Acredito piamente que a personagem conseguiria derrotar um novo modelo de exterminador facilmente e o filme seria mais específico e direto. Além de Sarah Connor, a verdadeira protagonista dois primeiros filmes, as demais personagens femininas surgem para movimentar a trama e proporcionar uma reviravolta desnecessária, porém plausível para este capítulo final.
Na trama Dani Ramos é uma jovem mexicana que perde a família sem ao menos saber o motivo. Grace, um ser humano evoluído, surge do futuro para salvá -la e, assim, evitar o extermínio da humanidade. Nenhuma novidade. Pois então, o capítulo final resgata não somente Sarah Connor como também toda a premissa abordada nos dois primeiros filmes da franquia. Não há como negar que a presença de Dani modifica aspectos importantes do passado, mas no final as ideias são apenas camufladas para levar ao espectador uma trama requentada. Os atos alternam cenas de ação com um roteiro expositivo e cansativo justamente por explorar as demais subtramas. O equívoco da trama é reforçar o protagonismo feminino diminuindo a importância de John Connor e Arnold na franquia como um todo.
A montagem proporciona ao filme um ritmo intenso nas cenas de ação, porém são cortes sucessivos que não lembram em nada o trabalho positivo de Miler na direção em DeadPool. As cenas são confusas e os efeitos visuais questionáveis. Um dos fatores que fez a franquia permanecer no imaginário do espectador são os efeitos visuais. O fato de o novo modelo duplicar visualmente não acrescenta muito na imersão dos efeitos. Outro elemento narrativo que rouba o protagonismo é a trilha sonora. Existe uma trilha mais pulsante voltada para as cenas de ação e outra específica para os dramas presente nas subtramas.
O retorno de nomes importantes na franquia é o que pode envolver por completo o espectador. O roteiro explora ao máximo a personagem de Linda Hamilton. A atriz apresenta camadas e conflitos internos da personagem que sofre por traumas passados, mas continua firme fisicamente. Mackenzie Davis rouba boa parte das cenas de ação, além de transmitir a emoção necessária ligando sua trajetória com a de Dani. Natalia Reyes é responsável pela reviravolta presente no roteiro e causa ruídos na franquia como um todo. Claro que as personagens femininas são reflexo de novos tempos em Hollywood. A igualdade entre papéis se faz necessária, porém diminuir toda a importância dos personagens de Arnold e Edward para evidenciar o protagonismo feminino não foi a melhor opção. Sempre achei que os dois primeiros filmes da franquia eram sobre a trajetória de Sarah Connor. Arnold equilibrava a trama de forma envolvente para o espectador. Minimizar personagens tão significativos na memória afetiva do público é o maior equívoco do capítulo final.
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