Jason Statham + Megatubarão = sucesso de bilheteria ? Talvez, mas que o embate gera um burburinho entre os espectadores. Gera. Ver Jason enfrentando um Megatubarão? Só faltava isso mesmo no contrato do ator. Se Vin Diesel pula de prédios dentro de um Mega Carro. Se The Rock pula de um Mega Prédio. Chegou a vez de Jason enfrentar a natureza. Meus Caros, ele vai enfrentar um Megatubarão. Aqui é trabalho. Não é um tubarão comum, Jason vai enfrentar um megalodon, de 20 metros de comprimento.
Jonas Taylor, um mergulhador especializado em resgates, no primeiro ato tenta salvar pessoas mais próximas, mas fracassa. Ele não sabe o que atacou o submarino, ele só tem certeza de que era algo grande, bem grande. Após passar por uma avaliação médica, todos acham que o protagonista está louco. Carregando uma enorme culpa por não conseguir salvar pessoas queridas, Jonas procura isolamento na Tailândia. Com direto a uma trilha sonora que com certeza irá provocar risos no espectador. E assim já sabemos os rumos e a atmosfera do filme. A trama é explorada na melhor forma dos filmes de equipe estereotipados. A inteligente, o engraçadinho que faz piadas com humor duvidoso, o herói protagonista, o par romântico e uma carismática criança. A interação da equipe proporciona momentos de humor. O roteiro explora o suspense dos ataques do Megatubarão e os perigos da equipe ao tentar sobreviver em alto mar.
A direção alterna momentos de suspense, ou pelo menos tentar gerar a atmosfera necessária para causar tensão no espectador, com momentos intermináveis de diálogos explicativos. Por falar em diálogos, alguns só ressaltam o que os personagens estão fazendo em cena. Antes do personagem apertar um botão, ele solta a pérola:" Vou apertar o botão!" E o espectador pensa: " Sim, eu estou vendo." E assim o filme segue cansando o espectador com diálogos desnecessários. John Turtelbaud opta por fazer vários closes dos personagens. Nos dois primeiros atos ficamos bem familiarizados com os atores. É um close atrás do outro, talvez como estratégia para despistar dos diálogos explicativos.
Vale enfatizar os efeitos visuais, apesar da fotografia ser de paleta com cores frias quando os personagens estão no fundo do mar, não fica muito nítido os efeitos nas cenas submersas. Já os ataques no barco reforçam o tamanho do tubarão com paleta de cores quentes para destacar os perigos que a equipe sofre. Com várias referências ao clássico de Spielberg, o espectador lembra os momentos em que o trio de Tubarão jogava iscas para atrair o tubarão, quando Matt desce para atirar um tipo de sonífero no tubarão,e claro, as perdas inevitáveis. Além dos efeitos, o que realmente faz o filme ter ritmo é a química dos atores. Se Jason Statham falasse com aquela voz grave, o tubarão nadaria para longe com medo. Fechar o punho então.... ironias deixadas de lado, o diretor poderia ter explorado mais cenas do protagonista com o Megatubarão. O restante do elenco, apesar de seguir estereótipos, não deixa a desejar. Todos competentes e confortáveis nos devidos personagens.
Jason Statham é aquele ator carismático parrudo que consegue segurar e protagonizar filmes do gênero. Mas além do carisma do protagonista, Jason está cercado por outros atores competentes. A química entre Jason, Bingbing Li e a pequenina Shuya Sophia cativa o espectador. Apesar dos diálogos explicativos intermináveis e de você sair sem entender como uma equipe bilionária confunde uma baleia com um tubarão, as referências ao clássico de Spielberg estão todas lá. Já a atmosfera... mas este nunca foi o propósito de Megatubarão. O propósito é explorar astro e mega peixe. Carisma e efeitos. E os quesitos são explorados deixando o espectador satisfeito com o entretenimento.
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