Um estudo de personagem feminino. A chegada de Jesus Cristo em Jerusalém sob a ótica de uma protagonista que sempre ganhou o viés coadjuvante, mas pelo olhar de Garth Davis torna-se dona da própria tragetória. O espectador acompanha as angústias de Maria e sua família para tentar compreender o que está acontecendo com a jovem. Destinada ao casamento, Maria sente que possui outro caminho. Um destino diferenciado das demais mulheres. A família acredita que Maria está possuída e um "curandeiro" vai ao seu encontro. O curandeiro é Jesus e a partir daquele momento a protagonista sente que precisa fazer algo diferente. Não quer seguir os passos de toda mulher, ela quer seguir o Messias.
Após ver Jesus fazer um milagre, Maria sente um forte chamado para seguí-lo. O apóstolo Pedro é a voz da razão e sempre enfatiza que a protagonista está dificultando os caminhos destinados aos seguidores do Messias. Mesmo com forte resistência dos demais, Jesus aceita a companhia de Maria. O roteiro de Philippa Goslett e Helen Edmundson é direto em várias passagens significativas de Jesus. O foco é o olhar de Maria. Mas ao final fica a sensação somente da passagem da protagonista. O roteiro foca na presença feminina e em várias cenas explora a posição da mulher na sociedade voltada para o casamento. O roteiro acompanha os passos da protagonista, mas o espectador não consegue enxergar o poder e força daquela mulher.
A ausência da força presente na protagonista é sentida pela interpretação de Rooney Mara. Ser dócil e ter compaixão com o próximo são características marcantes de Maria que pela interpretação de Mara ganha um aspecto passivo. O ritmo lento que poderia auxiliar na compreensão e introspecção da protagonista serve para reforçar a inexpressividade da atriz. Enquanto Joaquin Phoenix proporciona camadas para Jesus, Mara permanece estática. O fato de Davis escolher aproximar o espectador dos personagens ao explorar o primeiro plano causa o efeito contrário na protagonista. Focar as expressões de Maria poderia enriquecer a personagem, mas infelizmente afasta ainda mais o espectador da trama. O contra ponto são os coadjuvantes. Jesus, Pedro e Judas são os verdadeiros destaques da narrativa com temática feminista.
A ausência da força presente na protagonista é sentida pela interpretação de Rooney Mara. Ser dócil e ter compaixão com o próximo são características marcantes de Maria que pela interpretação de Mara ganha um aspecto passivo. O ritmo lento que poderia auxiliar na compreensão e introspecção da protagonista serve para reforçar a inexpressividade da atriz. Enquanto Joaquin Phoenix proporciona camadas para Jesus, Mara permanece estática. O fato de Davis escolher aproximar o espectador dos personagens ao explorar o primeiro plano causa o efeito contrário na protagonista. Focar as expressões de Maria poderia enriquecer a personagem, mas infelizmente afasta ainda mais o espectador da trama. O contra ponto são os coadjuvantes. Jesus, Pedro e Judas são os verdadeiros destaques da narrativa com temática feminista.
A ambientação e montagem envolvem o espectador apesar do distanciamento gerado pela interpretação de Mara. As locações proporcionam veracidade para a época retratada. A simplicidade também se faz presente na direção de arte, não que esse aspecto seja negativo, o pouco apresentado na tela reforça a fidelidade do imaginário do espectador. O primeiro ato é apresentado com uma fotografia escura, pelo tormento vivido e as dúvidas presentes na angústia da protagonista. Assim que Maria encontra Jesus, a paleta de cores torna-se mais quente.
Maria Madalena reforça o viés feminino sob a ótica da protagonista. A narrativa perde força principalmente pela escolha equivocada de Rooney Mara para o papel. A passividade da atriz prejudica consideravelmente a trama. A personagem tem força, mas Mara confunde leveza com inexpressividade. Como o filme é todo focado na protagonista, cada vez que Rooney aparece, a trama enfraquece no todo. Maria Madalena é a protagonista, mas quem literalmene proporciona poder para narrativa são os coadjuvantes.
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