Paul e Audrey não almejam o novo estilo de vida que alguns amigos adotaram, porém, a questão financeira fala mais alto e ambos decidem aderir ao experimento que transforma seres humanos em miniaturas. Ter uma relação mais próxima com a esposa impulsiona o protagonista para o novo estilo de vida. Tudo muda quando Audrey desiste no último momento e somente Paul passa pela transformação. O experimento é irreversível e o protagonista não imagina o novo estilo de vida sem a esposa. Somente segue em frente o cotidiano sem motivações.
A trama não avança pelo aspecto didático. É preciso que o público compreenda as motivações do experimento e os primeiros passos realizados. Infelizmente, a trama demora ao introduzir os demais personagens. O primeiro ato é longo e não provoca a imersão do espectador. O ritmo é constante e lento, mas aos poucos o público absorve o que o filme tem para oferecer: um roteiro repleto de indagações pertinentes.
O roteiro aborda temáticas interessantes e faz o espectador refletir sobre questionamentos atuais. A ilusão de ter uma vida melhor, os problemas ambientais gerados pela falta de conscientização do ser humano e as desigualdades sociais. Os personagens possuem dilemas reais e importantes buscando explorar o tom cômico. Matt Damon proporciona ao protagonista um ar melancólico e de bom moço já explorado em outros filmes. O que faz a narrativa ganhar o espectador é a presença de Christoph Waltz e Hong Chau. O ator explora o tom bon vivant de Dusan e cativa o público mesmo quando toma atitudes questionáveis. Já a empatia imediata estabelecida por Ngoc Lan faz a trama ficar mais interessante e comovente.
O diretor Alexander Payne que também assina o roteiro imprime uma visão autoral sobre problemas reais que estão próximos e necessitam de soluções urgentes. Com um ritmo lento que reforça a vigilância do espectador, a direção explora os personagens de forma gradual. Aos poucos e com o equilíbrio correto entre comédia e drama, Payne reforça temáticas fortes com uma câmera leve.
Pequena Grande Vida possui um ritmo próprio que demora para conquistar e envolver o espectador. O roteiro científico e necessário presente no primeiro ato causa o distanciamento do público, mas o equilíbrio entre dramaticidade e o tom cômico explorados no roteiro cativam gradualmente o espectador. O filme ressalta o alerta para questionamentos reais e urgentes na sociedade.
Pequena Grande Vida possui um ritmo próprio que demora para conquistar e envolver o espectador. O roteiro científico e necessário presente no primeiro ato causa o distanciamento do público, mas o equilíbrio entre dramaticidade e o tom cômico explorados no roteiro cativam gradualmente o espectador. O filme ressalta o alerta para questionamentos reais e urgentes na sociedade.
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