Para um documentário despertar o interesse no espectador, a
temática precisa ser explorada devidamente para o público se envolver cada vez
mais pelo que é retratado na tela. E se os entrevistados forem cativantes o
suficiente, o filme ganha uma perspectiva ainda maior. Em O Último Tango, esses
aspectos são apresentados de forma interessante e diferenciada. O
diretor German Kral percorre cinco décadas da dupla María
Nieves e Juan Carlos Copes. Parceiros no tango e na vida, Kral mostra o
casal para o público de uma forma distinta: convida atores jovens para
encenar e pesquisar mais sobre a vida dos protagonistas em forma de entrevistas.
María conta o começo da vida sofrida com a mãe e
quando o despertar pela dança se fez presente em uma brincadeira inocente com
uma vassoura. Ela desejava ir aos bailes e em um desses momentos trocou olhares
com o jovem rapaz que seria futuramente seu parceiro por várias décadas. A protagonista ignorou
prontamente o fato de Juan pisar nos pés de suas parceiras e a partir da
primeira dança, eles amadureceram e mostraram a beleza do tango para o mundo.
O que mais chama a atenção no documentário é a maneira como são retratadas as passagens de tempo e momentos significativos do casal. A inocência do primeiro amor é mostrado ao espectador em uma bela cena referente ao clássico Cantando na Chuva. As encenações dos atores auxiliam na quebra da formalidade presente no gênero. Destaque para a primeira separação do casal, quando ela se apaixona por outro homem. O diretor faz a opção de intercalar o depoimento, com uma cena intensa musical entre dois homens e uma mulher. Esse recurso também é utilizado para Juan, quando ele encontra uma jovem e constitui família. A partir do segundo ato, o espectador mergulha ainda mais no drama de María que claramente guarda mágoas que a deixou presa ao passado.
O que mais chama a atenção no documentário é a maneira como são retratadas as passagens de tempo e momentos significativos do casal. A inocência do primeiro amor é mostrado ao espectador em uma bela cena referente ao clássico Cantando na Chuva. As encenações dos atores auxiliam na quebra da formalidade presente no gênero. Destaque para a primeira separação do casal, quando ela se apaixona por outro homem. O diretor faz a opção de intercalar o depoimento, com uma cena intensa musical entre dois homens e uma mulher. Esse recurso também é utilizado para Juan, quando ele encontra uma jovem e constitui família. A partir do segundo ato, o espectador mergulha ainda mais no drama de María que claramente guarda mágoas que a deixou presa ao passado.
Fica clara a mensagem de O Último Tango: retratar
e encenar uma história de amor com a dança como pano de fundo. Os depoimentos
do casal são apresentados de forma dramática e extremamente apaixonada. Apesar
da entrega e exposição maior de María. O documentário explora ao máximo a
persona cativante da protagonista. O lado profissional e o perfeccionismo ficam
mais evidente na figura de Juan. Um é paixão, o outro, razão.
No terceiro ato, o público tem realmente contato
com as apresentações da dupla. Um material que poderia ser melhor explorado com maior intensidade pelo diretor. O que a princípio quebra a formalidade
presente nos documentários pode deixar o espectador com a sensação de realmente
não conhecer de fato o lado profissional da dupla e somente o pessoal. Um
dos poucos materiais destacados são revelados por belas fotos antigas e a última apresentação do casal no Japão. A relevância da dupla em
levar a beleza e dramaticidade do tango para o mundo infelizmente não é a
prioridade do diretor. No desfecho, cada um segue caminhos opostos. Juan com a
sensação de ter inovado ao mostrar o significado expressivo do tango. Já María aceita a solidão e o cigarro como companheiros de vida e dança.
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