O filme gira em torno da abertura de um portal que coloca em
conflito os dois mundos mencionados no título. Simples assim. O roteiro é
basicamente isso mesmo. Vamos aos problemas. Os dois povos que travam as
batalhas no decorrer do longa não são igualmente desenvolvidos, principalmente
pela escolha equivocada do elenco encabeçado por Travis Fimmel e Dominic
Cooper, o Líder e o Rei. Ambos não possuem o carisma e força necessários para
que o espectador compre o lado deles na batalha. Fica evidente que mesmo com
grandiosos efeitos digitais, os Orcs são mais cativantes, essa razão é também
fruto do excelente trabalho de Toby Kebbell como Durotan. Dessa forma, o nível
de envolvimento do espectador com os dois mundos fica extremamente desigual.
Quem também faz um trabalho de composição interessante é Ben Foster como
Meldivh, ele é a peça chave e de fundamental importância para fazer a trama ter
momentos significativos. O ator consegue segurar a ambiguidade do
personagem com competência. O destaque feminino fica por conta da atriz Paula
Patton que infelizmente não soube aproveitar a oportunidade e deixou sua
personagem perder força ao longo do filme.
Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos funcionaria bem como
um jogo, mas como filme não dialoga com o espectador. O desfecho deixa em
aberto a questão de uma sequência, mas é necessário que o diretor consiga ver
no próximo filme o espectador como público comum e não somente como
jogador.
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