O grande mérito da continuação é tirar o foco do casal
protagonista e voltar a trama para Gus e Maria. Ambos conseguem repetir a
sintonia presente no primeiro filme, agora com o devido destaque. Michael
Constantine faz seu personagem crescer cada vez mais em cena. A trama ganha o
equilíbrio entre a comédia e o drama graças ao patriarca dos Portokalos. Outro
assunto abordado é a dedicação de Toula com relação aos pais, já que esta
percebe que ao longo dos anos a filha não necessita mais de seu amparo. Uma das
melhores cenas do filme é o primeiro contato de Gus com o mundo virtual. O
revesamento dos filhos ao ensinar o pai a pesquisar na web rende alguns
momentos descontraídos. Fato raro no decorrer do filme. Já tia Voula é a força
feminina da trama, os melhores diálogos são da atriz que transmite a sutileza
sem carregar na caricatura.
O problema da sequência é ter várias sub - tramas desnecessárias e
pouco desenvolvidas. Claro, a família é numerosa e justamente por essa razão,
não existe espaço no roteiro para explorar todos os personagens. Angelo esconde
um segredo que só ele acha que está devidamente guardado, apesar de sua mãe, o
irmão e o próprio espectador já saberem do que se trata. Uma das melhores
personagens é a mãe de Maria. Muito sábia, ela aparece nos momentos certos para
trazer leveza a trama. As confusões da família são o reflexo do roteiro que
envolve todos os personagens e não desenvolve nenhum com a devida profundidade.
A repetição de falas é extremante cansativa e monótona. O pai é o foco
principal, mas voltar a trama para uma provável crise conjugal de Toula e Ian,
o conflito com a filha adolescente, a resistência de Maria ao questionar a
importância do casamento tornam o roteiro repleto de clichês, onde o público já
consegue visualizar todo o enredo antes mesmo de tudo acontecer. O que resta ao
espectador? Se contorcer na poltrona de tédio para aguardar o final.
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