Atualmente, somos bombardeados com adaptações de quadrinhos para
as telonas. Não que isto seja algo ruim, muito pelo contrário, quando a
história faz sentido, o entretenimento funciona. O que não é o caso específico
desta nova tentativa de contar as aventuras da família de heróis da Fox,
Quarteto Fantástico.
O diretor Josh Trank tinha uma missão complicada pela frente, como
contar um filme de origem sem a monotonia presente ao relatar cada personagem e
seus poderes? E , de que maneira, torná-lo interessante para os espectadores
que conhecem os heróis e também prender à atenção dos demais que nunca ouviram
falar do Quarteto? O começo do filme é interessante justamente por não ter um
formato batido do gênero. Aqui, quase uma hora do filme é baseada em
experimentos do jovem adolescente, Reed Richard, na tentativa de construir uma
máquina para transportar pessoas para outra dimensão.
O filme começa a declinar quando os quatro adolescentes ganham
seus poderes. O que poderia ser muito bem explorado pelo diretor fica
totalmente perdido no contexto da história. Não há motivação para o grupo estar
unido, a impressão que se tem é de total falta de sintonia entre os
personagens. Nos dez minutos finais existe o clímax da história , a batalha dos
heróis contra o vilão, que mais parece um personagem tirado de alguma alegoria
de carnaval. Pelo que pude ler em alguns sites especializados, Doutor Destino é
um dos mais interessantes vilões do universo da Marvel, mas aqui, não existe
motivação para o conflito vivido pelo personagem . Tudo é extremamente de
péssimo gosto .
O que poderia empolgar o espectador são os personagens descobrindo
seus poderes e tentando de alguma forma lidar com eles. O desenvolvimento dos
poderes de cada um não é abordado devidamente, a luta contra o vilão dura
míseros dez minutos. Este "imenso tempo" para explorar quatro
personagens e seus poderes? O espectador merecia algo de melhor qualidade. E os
efeitos visuais? Seria mais agradável e plausível se estivesse diante de um
filme B. Só desta forma para justificar a precariedade da produção.
Como a Fox estava com o prazo perto do final para perder os
direitos dos personagens, o filme só teria um único motivo para existir: o seu
dinheiro. Sim, só a bilheteria justifica tamanha sucessão de equívocos . Quando
os quatro heróis terão uma adaptação digna do dinheiro investido pelo
espectador?
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