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Mostrando postagens de julho 16, 2017

O poder da trilha e do som (Baby Driver)

Quando os elementos narrativos estão em sintonia dentro da trama algo importante acontece: a magia da sétima arte toma conta da tela e temos um filme diferenciado. Esses elementos elevam a narrativa e instantaneamente envolvem o espectador. É o caso de Em Ritmo de Fuga (título questionável para Baby Driver), o mais recente filme de Edgar Wright. Logo na primeira cena, o público é o passageiro especial dentro do carro do protagonista. O diretor insere o espectador na trama de forma impactante com o diálogo entre a mise -en-scène, trilha sonora e o som diegético.  Baby Driver pode transmitir em um primeiro momento a sensação de ser uma narrativa calculada. O protagonista interage com a cidade que o cerca. As ruas, o desvio de pessoas nas calçadas, o café que sempre compra depois de um "serviço" e até no gestual que acompanha a arte na parede de um edifício. Todos os elementos cênicos dialogam com a trajetória dos personagens. Após o primeiro impacto causado pela movim

O momento exato de parar (Carros 3)

Relâmpago McQueen retorna para mais uma temporada nas pistas e logo percebe o dilema que irá enfrentar: os veteranos estão aposentando e novos carros mais velozes com tecnologia avançada substituem os antigos. Por mais que o protagonista se esforce, o tempo passou. Uma indagação surge: fazer o que mais gosta ou saber o momento ideal de parar? Carros 3 explora esse dilema com altos e baixos. A narrativa durante todo o primeiro ato resgata personagens antigos e foca principalmente na nostalgia que McQueen sente dos tempos em que era veloz e campeão. A trama enriquece com a presença de velhos companheiros do protagonista e a atmosfera nostálgica ganha o espectador. Os coadjuvantes dos filmes anteriores fortalecem a trama e impulsionam um propósito dentro do raso e previsível roteiro. O que realmente prejudica o filme é o ritmo da narrativa e a falta de desenvolvimento no arco dos novos personagens. McQueen inicia um novo processo motivacional com a carismática treinadora Cr

A descoberta e um novo sentido para a vida (Fala Comigo)

Fala Comigo é um paradoxo entre o silêncio e a vontade de se expressar com os mais próximos. O jovem Diogo vive os conflitos típicos de um adolescente com dezessete anos: preocupação com o Enem e a sexualidade à flor da pele. De uma forma inconsequente, o protagonista estabelece uma ligação com Ângela quando escuta a voz da personagem do outro lado da linha. Entre um trote e outro por telefone, os protagonistas começam um relacionamento. No decorrer dos atos, o filme explora os dilemas vividos pelo casal e o preconceito social. Durante toda a narrativa o diretor Felipe Sholl opta por close- up dos atores e planos fechados transmitindo a sensação para o espectador de aprisionamento do casal de protagonistas para quebrar tabus sociais e principalmente pelos conflitos internos de ambos. Ao longo do filme, quando os pais estão em cena, um personagem fica desfocado para ressaltar a falta de conexão e distanciamento de Clarisse e Marcos. Os personagens sempre estão isolados dentr