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Mostrando postagens de julho 15, 2018

Charlotte e Hannah (Hannah)

A câmera acompanha Charlotte Rampling a todo momento e quem ganha é o espectador. Com um das melhores atuações de sua carreira, a atriz conduz várias camadas internas para o estudo de personagem de Hannah. O poder na atuação de Charlotte nos faz refletir se Hannah teria força nas mãos de outra atriz. Acredito que não. Sabe aquele papel escrito especialmente para determinada atriz? No começo do segundo ato, quando o espectador já está familiarizado com Charlotte e suas andanças de metrô, não existem dúvidas de que Hannah é Charlotte e Charlotte é Hannah. Aquele ar melancólico, com um olhar vazio que demonstra a ausência de vida atinge como um turbilhão de emoções no espectador. Somente uma atriz do tamanho de Charlotte para conseguir essa imersão na trama. O que fascina em Hannah é acompanharmos o cotidiano da protagonista que tenta sobreviver carregando o mundo nas costas, mas deixando claro no ambiente de trabalho que tudo está em perfeita ordem. O cotidiano envolve o espectad

Muito além das imagens (Ilha dos Cachorros)

Wes Anderson é sinônimo de autoria. Cores vibrantes, simetria impecável, trilha sonora com exatidão, roteiro inovador e autenticidade na direção. Com todos os elementos narrativos no lugar pode-se pressupor que tamanha precisão afaste o espectador da filmografia do diretor. Interessante perceber que mesmo sendo familiar aos elementos, os filmes de Wes Anderson geram atração pelo simples fato de sabermos o que vamos encontrar. Em Ilha dos Cachorros não seria diferente. Na animação a autoria do diretor fica nítida em cada plano. Wes Anderson consegue trabalhar como poucos a atração pelos elementos narrativos dentro da trama. O cuidado com cada detalhe nos efeitos visuais gera empatia no espectador, além do roteiro abordar temáticas extremamente atuais. Seja pelo visual ou pela trama explorada, o espectador não fica indiferente ao que é proposto pelo diretor. O adolescente Atari Kobayashi tem um cão de guarda Spots. O laço entre cão e dono vai além da segurança e torna -se cada v

Um sorriso de cunho duvidoso (Já está ótimo)

Quando um filme é envolvente e interessante logo nos chama atenção. Podemos afirmar que filmes de cunho duvidoso são envolventes e interessantes com a mesma intensidade de um filme excelente? Sim. Claro que pode. Minha experiência com The Room foi a melhor possível. Não conseguia ver quinze minutos seguidos. Fazia pausas estratégicas: deu tempo de estourar pipoca (o que foi de fundamental importância para auxiliar na experiência), tomei uns bons refris (para fazer referência à expressão "uns bons drinks") e para não ficar totalmente fora dei uma checada de tempos em tempos nas redes sociais. Tudo isso e ainda restava uma hora para o filme acabar. O que fazer? Você realmente decide vivenciar a experiência. The Room consegue ser vários gêneros em um só. Era para ser um drama. O protagonista sofre com a traição da pessoa amada, mas é evidente que o filme tornou-se um clássico Cult por ser uma comédia com toques de suspense. Vai me dizer que a escuta telefônica não foi um to