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Mostrando postagens de 2017

A roda gigante sem forças para girar (Roda Gigante)

Nas últimas décadas quando o nome de Woody Allen está envolvido em algum projeto, logo vem em mente a carreira de altos e baixos do diretor. Allen consegue realizar trabalhos prazerosos como Meia Noite em Paris, ao mesmo tempo que proporcionou ao público o irregular Magia ao Luar. Não há como negar que pelo histórico geral, o diretor é extremamente autoral e competente. Mediano seria a palavra que melhor descreve Roda Gigante. O mais recente trabalho de Woody é voltado para uma linguagem mais teatral, porém, se não fosse a versatilidade de Kate Winslet, o espectador teria somente mais um novo filme do diretor. A trama foca na história da atriz Ginny que deixou os palcos por problemas pessoais e agora se vê enclausurada em uma vida monótona como garçonete em Coney Island. Após Ginny se apaixonar pelo salva-vidas Mickey, a vida da decadente atriz ganha sentido novamente. Com a chegada da filha de Humpty tudo ganha rumos diferenciados e o quarteto começa a desmoronar. A jovem

Até que ponto pode chegar um coração faminto? (Corações Famintos)

O primeiro ato de Corações Famintos é enganador e ainda bem que ele proporciona um certo alívio no começo da trama para o espectador. Após o início bem próximo ao estilo comédia romântica independente vem uma avalanche de caos e tormento, tanto para o público, quanto para os protagonistas. O duelo e o aprisionamento dos protagonistas movem a trama.  Jude e Mina se esbarram em um restaurante de forma inusitada: ambos estão trancados no banheiro e Jude acabou de passar mal. Literalmente sem ar, Mina precisa dividir o mesmo espaço que Jude, e assim, nas demais cenas, o espectador já sabe o que irá acontecer de fato. Apaixonados, os protagonistas se casam e não tarda para que Mina engravide. Após a chegada do bebê, um instinto de proteção toma conta da protagonista e o que era amor acaba por se transformar em paranóia. O excesso de "zelo" com a criança a deixa desnutrida e aos poucos o filho não consegue crescer devidamente. Começa uma verdadeira luta do protagonista amea

O lenço voando... (O Rei do Show)

O gênero necessita de atenção e zelo. Não é sempre que um musical chega aos cinemas e marca uma geração. Cantando na Chuva é a exceção porque transcende o gênero. Ele é um Clássico. Com O Rei do Show, o espectador pode apreciar um pouquinho da leveza do gênero, mesmo que exagere no melodrama em alguns momentos. A trama foca na estória real de P.T. Jackman, um empreendedor que possui um olhar diferenciado voltado para os negócios. Ao conversar com as filhas pequenas tem a ideia de montar um espetáculo apresentando figuras exóticas. Mulher Barbada, um gigante, um anão... dessa forma, com a resistência alguns e atos violentos, o protagonista consegue aos poucos alcançar a fama.  Logo no primeira cena, o diretor Michael Grace envolve o espectador com uma câmera pulsante e ritmo ágil. A montagem é um elemento preciso e fundamental para proporcionar o aspecto de vivacidade para a trama. Benji Pasek e Justin Paul, responsáveis pela trilha marcante de La La Land , auxiliam no arco

A força de quem escreve dividida (Star Wars - Os Últimos Jedi)

O espectador renova forças ao longo de todo ano para aguardar outro capítulo da Saga mais famosa e impactante culturalmente da sétima arte : Star Wars. O capítulo VIII chegou aos cinemas com a função de ligação. O segundo filme da nova trilogia estreiou e deixou quem vos escreve com a sensação de divisão. O filme foi perdendo e ganhando força ao longo das duas horas e meia de trama. O universo rico de Star Wars permite explorar uma gama imensa de personagens novos e desenvolver melhor o arco dos protagonistas. O segundo capítulo equilibra a força entre o passado e o presente. O embate entre o novo e o antigo, Luke Skywalker X Kylo Ren. Logo no prólogo da trama o espectador é inserido no universo de Star Wars. Uma batalha espacial entre a Resistência dos Rebeldes liderados por Poe Dameron e Princesa Leia e no lado oposto, a Primeira Ordem comandada pelo caricato General Hux, Kylo Ren e o líder Supremo Snoke. O primeiro ato envolve o público e proporciona ao arco de Poe uma i

O embate entre o moderno X o tradicional (#UberXTáxis)

O mais recente longa metragem do diretor Maurício Alves da Costa, #UberXTáxis amplia o detabe sobre os conflitos entre motoristas de táxis e do aplicativo Uber. Será que a nova ferramenta virtual é realmente mais eficiente? Quais as vantagens e desvantagens do aplicativo? É seguro trabalhar para esse novo segmento do mercado? Muitas questões são ressaltadas no documentário que tem como pano de fundo a Capital Federal. Nos primeiros minutos de #UberXTáxis, o diretor relembra o espectador da manifestação e indignação de vários taxistas em frente ao Congresso Nacional. Ao dar voz para alguns personagens, Maurício inicia o documentário com um ritmo mais pulsante. A revolta de trabalhadores que dedicaram quase duas décadas de serviços e contribuições para o Estado e que do dia para noite tiveram o seu sustento ameaçado pelo novo aplicativo eleva a dramaticidade do filme.  Além da empresa Uber, também são entrevistados personagens ligados aos aplicativos Cabify e 99. Seria in

Um telefone, palavras cruzadas e maços de cigarro (Lucky)

A sétima arte retrata as diversas fases do ser humano em filmes que alternam gêneros. Em Olha Quem Está Falando, o espectador acompanha os primeiros meses de Mickey repletos de comédia. Já em Meu Primeiro Amor, Vada reflete sobre os encantamentos do professor de um curso de verão enquanto incentiva o melhor amigo a dar o primeiro beijo. Um drama leve e inocente. Como enfrentar a fase adulta? Um passo para a liberdade é retratado no tocante Columbus. A velhice permeia a comédia e o drama no sensível Lucky. Acompanhamos a rotina do protagonista nesta trama filosófica e existencial. No filme, o espectador observa os dias de Lucky, um senhor de idade avançada que tem como passatempo fazer exercícios de yoga pela manhã e palavras cruzadas em jornais. O diretor John Carroll Lynch explora ao máximo a persona do protagonista. A direção transforma takes repetitivos em um cativante envolvimento do público com Lucky. A palavra chave da trama é a contemplação gradual dos olhos de quem presen

Uma tocante homenagem ao diretor autoral italiano (Em Busca de Fellini)

Lucy é uma jovem de vinte anos que praticamente vive em uma redoma. Sua vida se resume em escutar a mãe lendo histórias infantis e vendo clássicos do cinema americano. Ver e rever Romeu e Julieta e A Felicidade Não se Compra faz a protagonista acreditar em contos de fadas e finais felizes. O mundo real é bem distante dos filmes mencionados e quando a mãe de Lucy fica gravemente enferma, a jovem precisa procurar um emprego. Mas como sair da redoma que sempre viveu e encarar pela primeira vez o mundo real? O anúncio que encontra nos jornais parece interessante pois é o que Lucy sempre almejou fazer: trabalhar com a sétima arte. Envolto por um tom cômico, o trabalho não era o esperado e assustada a protagonista que vai parar em um festival dedicado ao diretor italiano Federico Fellini. A trama é ambientada nos anos 90 e a protagonista encantada com o universo de Noites de Cabíria aluga várias fitas VHS e mergulha cada vez mais na filmografia do diretor. Clarice e Kerri estão apavo

Entre o clássico e o moderno (Assassinato no Expresso do Oriente)

O poder do texto de Agatha Christie já insere o espectador na trama de Assassinato no Expresso do Oriente, mas o grande desafio era fazer uma adaptação que não deixasse o público refém pelo fato de conhecer o desfecho. Kenneth Branagh conseguiu alcançar o feito e proporcionou ao espectador um suspense com reviravoltas precisas. Para quem não teve o contato com a obra literária, o filme poderá proporcionar um impacto maior. Hercule Poirot, o melhor detetive do mundo, digno de um bigode que diz muito sobre sua personalidade e que deixaria Henry Cavill com inveja, além de ser o protagonista tem como intérprete Kenneth Branagh. E ter a trama centrada em Branagh faz toda a diferença. O ator que sempre se mostrou competente em diversos trabalhos, aqui domina cada cena e sabe da responsabilidade e peso do protagonista. A trama gira em torno dos passos de Poirot e como aos poucos ele desvenda pistas junto com o espectador. O público acompanha as várias camadas do arco do personagem pro

Um olhar criativo e cativante (A Estrela de Belém)

Contar uma trama que seja conhecida do grande público é preciso antes de mais nada criatividade. A Estrela de Belém aborda o período de nove meses anterior ao nascimento de Jesus. Como abordar a temática e envolver crianças ? Tendo um protagonista extremamente carismático, Tudo é projetado na tela de forma leve e com muito humor. Assim é a trajetória do inocente e esperto Bo. Um burrinho que tem como objetivo principal deixar de "andar em círculos". Ao escapar do estábulo, ele encontra Maria e percebe que precisa ajudá-la de alguma forma.  A animação é simples e especialmente voltada para os pequeninos. Os personagens são cativantes e a empatia é imediata. Bo conquista o espectador e no meio de sua jornada somos apresentados aos demais animais que o ajudam a descobrir o valor da amizade, lealdade e companheirismo. O roteiro de Simon Moore inverte o prisma de um contexto já explorado e nos transporta para a visão dos animais. Bo e Davi são grandes amigos e passam por

O poder dos elementos narrativos (Vazante)

Vazante, o mais recente filme da diretora Daniela Thomas (Linha de Passe e Terra Estrangeira) preza pelo poder das imagens e som. O roteiro escrito por Daniela e Beto Amaral prioriza o poder da fotografia de Inti Briones. A contemplação das imagens dizem muito sobre a trama em si. O som das correntes arrastando, os escravos dividindo espaço com os animais, a inocência de uma jovem que ganha do marido bem mais velho uma boneca de presente e a descoberta previsível do primeiro amor. Tudo é envolto por um roteiro simples para que o espectador fique imerso na atmosfera de uma fazenda decadente do início do século dezenove.  A família de Antônio (Adriano Carvalho) se entrega ao luto pela perda da esposa e criança, ambas morreram no parto. Após um período de olhares voltados para o vazio da dor, o dono da fazenda se encanta pela pequena brincadeira que a sobrinha Beatriz (Luana Nastas) faz com seu par de sapatos. Não demora e o casamento é realizado. O pavor da jovem ao ter que se e

Liberdade e autoria para a DC (Liga da Justiça)

Com Mulher-Maravilha a DC ganhou uma nova perspectiva para recomeçar e ajustar o tom dos filmes futuros na Warner. Até o momento e pelas cenas pós-créditos de Liga da Justiça (fique até o finalzinho dos créditos), o que podemos ter são filmes independentes que podem interligar pontos  proporcionando mais liberdade e autoria para os diretores. Ter os heróis juntos é mais um deleite para os fãs que aguardaram o surgimento da Liga nos cinemas. Gal Gadot ganhou destaque após o filme-solo e Batman de Ben Affleck foi um dos acertos de Batman Vs Superman. Começar o filme com o foco nos dois heróis demonstra a liderança alternada de ambos no comando da Liga. Mas precisava? Seria melhor ganhar tempo na trama com personagens novos. O filme nitidamente alterna os tons e o espectador consegue perceber até a metade do segundo ato a autoria de Zack Snyder. O foco na temática central é explorar ao máximo a dor da morte de Superman. O luto de Martha e Loise, Batman visualmente mais angustiado

A vida constantemente ameaçada (Human Flow: Não Existe Lar se Não há para Onde Ir)

O Poder do documentário Human Flow: Não Existe Lar Se Não Há Para Onde Ir está nas imagens. O diretor Ai Weiwei percorreu durante um ano 23 países para explorar e demonstrar em um tom poético a vida ou para utilizar uma palavra mais apropriada, a sobrevivência. O filme foca em famílias que buscam um pouco de esperança nos constantes deslocamentos fugindo de guerras, fome e perseguições políticas.  As imagens refletem um ritmo lento para que o espectador compreenda o quanto é penoso o deslocamento e o trageto percorrido pelos refugiados. Os planos gerais são essenciais para ter a dimensão do local e as conduções precárias em que as famílias são submetidas. A falta de recursos básicos contrasta com belas imagens do oceano que dia após dia transporta pessoas em busca de uma vida melhor. A dualidade presente nas imagens é reforçada pela beleza presente nos trechos de poetas que proporcionam ao documentário uma leveza passageira.  Ai Weiwei por diversos momentos se torna coadju

O predador e o animal espectador (Terra Selvagem)

Um protagonista que guarda para si uma dor devastadora. O seu trabalho consiste em caçar predadores, e assim, Terra Selvagem envolve o espectador em torno de duas subtramas: a dor da perda e o jogo da natureza pela sobrevivência. Durante todo o filme, somos inseridos no contexto detalhado dessas temáticas, para que aos poucos o roteiro explore de forma sensível e em tom de denúncia o que realmente a trama quer focar: a luta dos nativos/indígenas por direitos e dignidade.  O roteiro de Taylor Sheridan foca principalmente no protagonista vivido por Jeremy Renner. A profissão de Cory Lambert move a trama. O caçador sempre certeiro auxilia a pequena população ao impedir que predadores matem ovelhas e outros animais. Após a morte de uma jovem, Sheridan explora esse contexto de forma sensível e crua trazendo o espectador para dentro da trama de forma emocional. A jovem não tinha como se desvencilhar da situação e como uma ovelha acoada sabia ao certo seu triste desfecho. Correr

E isso faz toda diferença. Ponto final. (Mullholland Drive)

Ter a oportunidade de rever um dos principais filmes de Lynch nos cinemas é uma questão que envolve principalmente a experiência estética caótica individual de cada espectador e na tela grande os elementos narrativos ganham uma intensidade de proporções impactantes. Mulholland Drive e a tela grande. Uma dupla, no mínimo, marcante. Tudo na trama remete ao sonho/pesadelo vivido pelas protagonistas Rita e Betty. Após Rita sofrer um acidente de carro (estrada e carros são marcantes na filmografia do diretor), a personagem permanece durante todo o filme em um estado catatônico. Já Betty é uma aspirante à atriz que tenta se firmar em Los Angeles. A química entre Naomi Watts e Laura Harring intensifica ainda mais a proposta de que Mullholland Drive é um estético e belo sonho. A trilha sonora de Angelo Badalamenti transmite a sensação ao espectador de leveza e mistério reforçando a atmosfera sonho/pesadelo presente na trama. A fotografia escura de Peter Deming explora a intensidade d

Qual a melhor parte para desistir de a noiva? (A Noiva)

A família do jovem Vanya sofre com uma maldição que não fica muito clara dentro da trama. Aliás, nada é muito claro em A Noiva. O filme começa com a explicação da maldição que atormenta todos ao redor de Vanya. Ele precisa retornar para sua casa e alerta a esposa que seria interessante se ela não o acompanhasse. Claro que eventos estranhos começam a perturbar a jovem Nastya a cada momento que ela resolve entrar em algum cômodo da casa (que ela obviamente não deveria entrar). Lembrem-se, o filme é previsível. Ela entra em todos os lugares até o espectador ficar tonto de tanto ver a protagonista se arrastando durante todo o filme.  Os primeiros minutos de A Noiva são interessantes e envolvem o espectador na trama. Sabemos que existe uma maldição e que ela está diretamente ligada a um negativo de uma fotografia tirada por Barin. Na maldição, o negativo da fotografia capta a alma da noiva de Barin. Com o negativo intacto, a maldição permanece sempre que uma jovem se casa com um mem

Falta de equilíbrio e cuidado com os personagens (Thor: Ragnarok)

Com Guardiões da Galáxia (2014), os estúdios Marvel mudaram o patamar dos filmes de super-heróis e investiram em um tom mais cômico e audacioso. Thor:Ragnarok é a imersão total na comicidade e ousadia ao apostar em um diretor novato para blockbusters. Logo nos primeiros minutos da trama do Deus do Trovão, o espectador sabe que irá ficar com um sorriso no rosto durante grande parte da projeção. O timing cômico do diretor Taika Waititi move grande parte do filme. Um novo rumo para a franquia perdida de Thor nos cinemas. Nesta "nova versão" do herói, o protagonista precisa salvar Asgard de Ragnarok e impedir o domínio da vilã Hela. Simples assim.  A proposta inicial é deixar Thor: Ragnarok com um tom leve para explorar e atingir vários públicos de diferentes faixas etárias. A questão principal é saber dosar a intensidade do timing cômico em cena. Mark Ruffalo e Chris Hemsworth possuem uma química interessante construída no primeiro Vingadores. Investir mais na dupla

O caos organizado dos Irmãos Safdie (Bom Comportamento)

Bom Comportamento apresenta uma trama simples ao espectador: Connie Nikas (Robert Pattinson) precisa de dez mil dólares para retirar o irmão caçula deficiente mental da cadeia. Após um assalto, o protagonista foge deixando o irmão para trás. O grande trunfo da narrativa dos irmãos Ben e Joshua Safdie é envolver o público em um caos frenético imerso na constante trilha sonora e fotografia que pulsa junto com a trama. Com poucos atores em cena é preciso que o elenco esteja seguro para transmitir toda emoção e tensão que o filme necessita. Robert Pattinson atribuí ao protagonista a sensação de adrenalina com zelo ao fazer de tudo pelo o irmão. Ben Safdie é o contratre ao proporcionar a Nick um ar ausente e de tranquilidade que o personagem precisa para estabelecer ainda mais o elo com o Connie. Jennifer Jason Leigh interpreta Corey com carência e nervos à flor da pele, o que corrobora com a proposta de manter o ritmo da trama. O mesmo acontece com Buddy Duress como Ray. Se o es

Seguindo a cartilha (Tempestade: Planeta em Fúria)

Tempestade: Planeta em Fúria segue a cartilha dos filmes catástrofes. A temática central é atual: mudanças climáticas que podem atingir níveis globais irreversíveis e acabar com vários países. Tensão na Casa Branca. Temos também coadjuvantes de peso que dificilmente entendemos o motivo de estarem em um blockbuster. Talvez para pagar contas ou por transitar entre filmes independentes e comerciais. Andy Garcia é o presidente dos Estados Unidos (o ator tem feito várias pontas em filmes comerciais, inclusive algumas delas sem falas) e Ed Harris, o vice-presidente. Para protagonista, um ator cinquentão sumido dos holofotes, o escolhido é Gerard Butler. O personagem é o único que pode chefiar a equipe responsável para tentar evitar o desastre climático salvando vidas. Seguindo a Cartilha, o próximo passo é intercalar os personagens que ficam em terra e interagir com os demais no espaço. A trama avança entre os dois núcleos, enquanto outras subtramas são desenvolvidas. Jake Lawson é d

A realidade próxima e atual (Detroit em Rebelião)

Logo nos primeiros minutos de Detroit em Rebelião o espectador observa a atmosfera documental presente na trama. Um resumo breve de alguns períodos marcantes da história Americana e Mundial são retratados por desenhos e evidenciam a narrativa tensa presente no filme. A trama gira em torno dos cinco dias de motins na cidade de Detroit no ano de 1967. Vários protestos e saqueamentos resultam no caos e um ataque policial provoca consequências graves. A firmeza das mãos de Kathryn Bigelow é o centro que conduz e eleva o ritmo da trama. A habilidade da diretora em intercalar momentos mais tensos e a suavidade musical no filme são fundamentais para mesclar realidade e ficção. Uma temática tão forte necessita de um ritmo mais ágil para envolver o espectador. A atmosfera documental também auxilia na aproximação do público. O que prevalece é a câmera trêmula com cortes rápidos. Kathryn explora ao máximo o desempenho dos atores em cena. A diretora destaca o primeiro plano e o zoom in pa