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Mostrando postagens de 2013

A angustiante caça ao protagonista (A Caça)

O que fazer quando há exatos dez anos atrás você assiste a um filme que se tivesse oportunidade de rever atualmente teria a mesma reação? Quando vi Festen (Festa de Família), de  Thomas Vinterberg , logo percebi que se tratava de um diretor diferenciado. Mencionei o filme, pois o diretor aborda a mesma temática, a pedofilia, em A Caça. Por ser um assunto delicado, o grande trunfo de Thomas é deixar claro para o espectador que o protagonista não é culpado de um ato tão extremo e hediondo. Sofremos junto com Lucas, que vai do céu ao inferno em questão de minutos. Toda conduta construída como professor de uma creche é colocada em dúvida quando uma criança (com uma imaginação extremamente fértil) afirma que ele a molestou.     Acredito que diretores quando também são atores deixam “suas marionetes” mais confortáveis por saber o exercício da atuação e Thomas consegue extrair de Mads Mikkelsen uma atuação impecável. O ator atinge o seu melhor desempenho e transmite a per

Quem vence o duelo? (Killer Joe)

Interessante perceber que em um universo repleto de remakes, um filme estreia com tamanha intensidade e consegue proporcionar certo alívio para o espectador. Alívio em termos, pois Killer Joe não é um filme fácil de assistir. William Fredkin mostra ao público algo raro na sétima arte, não há possibilidades de ficarmos indiferente ao que é projetado na tela, independente da experiência positiva ou negativa, o espectador sai da sala de cinema com um turbilhão de sensações.  A história gira em torno de uma família completamente desestruturada, até que o filho mais velho decide contratar um matador de aluguel para matar sua mãe e assim dividir o dinheiro do seguro com os demais parentes. Nada de inovador se não fosse pelo roteiro extremamente intenso e que não poupa nenhum dos personagens. Todos são imersos em um mundo intensamente caótico e logo no começo percebemos que a experiência não será fácil. A sensação que fica é de que o diretor trava um verdadeiro duelo com o público,

Intensidade que causa desconforto (Amor)

Filmes que envolvem casais ou um determinado grupo de amigos da terceira idade são cada vez mais recorrentes na sétima arte. O mais recente deles, Amour, nos mostra a rotina de um casal e suas conversas corriqueiras após retornarem de um concerto musical. Tudo ganha mais dramaticidade à medida que uma adversidade toma conta da vida do casal. A mulher sofre dois derrames e começa uma longa jornada de dependência com relação ao marido. Gestos que anteriormente eram práticos, agora são demasiadamente desgastantes para Georges e Anne. Michael Haneke nos mostra tudo de forma simples e objetiva mais com uma intensidade que choca o espectador. Em determinado momento o marido indaga a esposa se ela faria o mesmo por ele. Ela simplesmente responde: “Você não está nesta situação”. A maioria dos diálogos são cortantes e precisos, assim o espectador não consegue digerir facilmente o que está acontecendo. São sucessivos os momentos intercalados de amor e sofrimento dos protagonistas.